sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Prefeitos Municipais

Pesquisa realizada por Gabriel Ruiz Pelegrina




Nilson Ferreira Costa                            03/02/1999              31/12/2000

Nilson Ferreira Costa                            01/01/2001              19/9/2003            Eleito e cassado

José Augusto Vieira Dudu Ranieri          20/09/2003              13/10/2003   Vice (cassado em 28/03/99)

Nilson Ferreira Costa                           13/10/2003              31/12/2004         Reintegrado Justiça

José G. Tuga Martins Angerami            01/01/2005              31/12/2008                  Eleito

Rodrigo Antonio Agostinho Mendonça   01/01/2009              31/12/2012


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O Carnaval, festa do povo


Profª Marcia Regina Nava Sobreira

   O carnaval vem mudando, de ano para ano, com a perda de certos costumes tradicionais e a modernização de outros. Por exemplo: nas décadas passadas, principalmente de 30 e 40, quando ainda não havia escolas de samba, os desfiles de carros alegóricos, todos enfeitados, com os foliões formando os famosos cordões ou blocos predominava nas ruas e salões. O uso de confetes e serpentinas era em abundancia. Nos salões o número de foliões fantasiados era bem maior. Os concursos de fantasias eram mais concorridos e animados. As marchinhas carnavalescas de tão originais que até hoje muitas delas continuam fazendo sucesso como se tivesse acabado de serem lançadas. As famílias participavam dos bailes quase despreocupadas. Constituía-se o carnaval uma verdadeira festa popular em forma de lazer.
   A preocupação com a compra de enfeites de todos os tipos já tinha lugar, logo nos últimos meses do ano anterior da grande festa de Momo. As moças e rapazes escolhiam suas fantasias muitas vezes imitando astros e estrelas do cinema americano ou nacional. A confecção desta era feita com toda paciência e carinho.
   Havia uma casa comercial bastante conhecida no passado que vendia instrumentos musicais e artigos para o carnaval. Refiro-me a Casa Veado, do italiano Nicolino Roseli. Eis um anuncio destes artigos da Casa Veado publicado no “O Bauru” de 1922:

“Casa Veado”
   Rua 1o de Agosto n.20 recebeu um grande e variado sortimento de artigos para o carnavale.
   Lança perfume “Rodo” extrangeiro, de 30, 60 e 100 gramas;
   Lança perfume Colombina, de 30, 60 e 100 gramas.
   Lança perfume “Pierrot”, de 30, 60 e 100 gramas.
   Máscaras de arame, setins, papelão, etc, lantejoulas, guizas, estrelinhas, medalhas, meias luar, e outros enfeites.
  - chapéus e gorros para palhaços e pierrots, serpentinas, “Folia”, “Íris”, “Ana Konda” e outros em cores sortidas.
   Confetes em diversas cores e de ouro.
   A Casa Veado, além de possuir o mais e mais belo sortimento destes artigos, faz aos meus fregueses os melhores preços do dia.
   Visitem, pois a Casa Veado a rua 1o de Agosto n.20, onde encontrareis tudo o que há de bom e belo em artigos de carnaval”.
   Mas como nos dias de hoje, existia a preocupação com o sucesso desta festa realizada com toda segurança aos convidados de Momo, Para isso a polícia realizava e realiza seu trabalho com seriedade e também fazia recomendações para os foliões para que tudo corresse em ordem. Estas recomendações servem, tomadas as devidas proporções, também para hoje.
   Eis uma curiosa nota do jornal “O Bauru”:
“O CARNAVAL E A POLÍCIA
   Serão as seguintes instruções seguidas pela polícia local, durante os folguetos carnavalescos:
1 – É expressamente proibida todas e qualquer pessoa fantasiar-se, sem licença da polícia, devendo ser detida para averiguações as que não apresentar, quando pedidas, a respectiva licença.
2 – É expressamente proibido o entrudo ou divertimentos idênticos, antes e durante o carnaval, sob penas de apreensão dos artigos a ele destinados, onde encontrados, incorrendo os infratores em prisão.
3 – São formalmente proibidos, antes e durante o carnaval, os chamados “cordões” a cantoria em grupos ou de indivíduos, quando ofendem os bons costumes ou o decoro público, bem assim qualquer referencia, direta ou indireta, a determinada pessoa, por meio de gesto, signal ou palavra ofensiva.
4 – É também proibido o uso de estalos carrapichos, pós, graxa, kerozene ou artigos idênticos, ou objetos que possam molestar qualquer pessoa.
5 – A polícia procederá contra os que se servirem de lança perfumes contendo substâncias perigosas desse artigo e, bem assim, contra os que concorrerem para esse fim.
6 – A polícia agirá energicamente contra indivíduos que faltarem com o devido respeito às famílias e as pessoas que transitarem pela cidade.
7 – Nenhum préstito, fantasiado ou não, poderá sair a rua sem prévia licença.
   As sociedades carnavalescas deverão apresentar, quanto antes, para o respectivo exame, plano geral dos préstitos, seus carros alegóricos ou criticas e o etinerário a percorrer”.
   Nos dias de hoje o trabalho da polícia a cada ano se torna mais difícil, porque há pessoas que não encaram o carnaval como uma festa onde o respeito humano deve estar presente e sim como momento para “afogar as mágoas”, “esquecer os problemas” às custas dos outros o que origina abusos e transtornos à comunidade.
   Vamos fazer do carnaval um momento de alegria e não causa de tristezas.
   Analisando o carnaval, concluímos que ele serve a todos. Para os que gostam, alguns chegam até no exagero de seu aproveitamento, pulando, cantando e abusando das bebidas. Para os que não gostam, aproveitam para descansar, nas praias, no campo e nos retiros espirituais quando se trata de pessoa mais ligada a vida religiosa. Uma grande parte do povo visita seus familiares. Haja vista que, nessa época, esgotam-se todas as passagens para as diversas regiões do Brasil.

(Publicado no Diário de Bauru em 01/3/1990, p. 8).