sexta-feira, 13 de abril de 2012

As Lojas Maçônicas em Bauru 5ª Parte


Profª Marcia Regina Nava Sobreira

As Lojas Maçônicas em Bauru (V)
                        
Hoje terminamos a série sobre as Lojas Maçônicas em Bauru, depois de fornecer alguns dados históricos sobre as que foi possível conseguir no espaço de tempo das publicações.
Conseguimos nesse meio tempo no jornal “O Bauru” de 20 de setembro de 1909 a nota do lançamento da pedra inaugural do templo, da “Loja Arquitetos”, na avenida Rodrigues Alves quadra 8, antiga Alfredo Maia, o qual transcrevemos: “Loja Maçônica Architetos” – “Tendo de realizar-se hoje às 3 horas da tarde, nesta cidade, a cerimônia de lançamento da primeira pedra, do novo templo, da loja Architectos, a Av. Alfredo Maia, a comissão abaixo assignada na impossibilidade de se dizer pessoalmente, vem por este meio convidar, a imprensa e as autoridades municipais, estudantes e federais, e a todas as classes representativas, pelo povo desta cidade, para assistirem a essa cerimônia. Agradecendo já as suas presenças.
A comissão
Carlos Marques da Silva
José Aiello
Cassimiro Onofrillo”
Em Castilho (Alfredo de Castilho), em 1978, foi fundada a Loja Maçônica “Ubaldo de Medeiros” antigo diretor da E.F. Noroeste do Brasil.
Entre os fundadores destacam-se alguns bauruenses como: Antônio Cláudio Fernandes Pelegrina, Cromâncio Alves Bastos e Carlos Roberto Ruiz.
A Maçonaria foi instalada no Brasil em 1801 fundando-se a primeira Loja.
O padroeiro da Maçonaria é São João Batista, sendo comemorado todos os anos no dia 24 de junho e o seu dia realizando-se uma sessão branca, em cada Loja, sendo permitido a entrada de visitantes.
O dia do Maçon é comemorado no dia 20 de agosto, quando se realizam as festividades.
A Maçonaria, não considera possível o progresso senão através do respeito ao outro, à justiça social, cultivando sempre a solidariedade entre os homens. Mantém o lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade sem distinção especial a ideais políticos ou religiosos.
O maçon torna-se com o tempo, uma pessoa com claras possibilidades de se aperfeiçoar, de se instruir, de se disciplinar e conviver com as pessoas de modo que passa a ser um exemplo dentro ou fora do país.
Dá-se a denominação de Loja ou oficina ao lugar onde se reúnem os maçons, periodicamente para realizarem suas reuniões e cerimônias ritualísticas.
A maçonaria combate a ignorância, a superstição e o fanatismo, discórdia, a denominação e os privilégios. No entanto, ela é tolerante com relação aos seus membros, respeitando a opinião de cada um. Não é uma instituição com fins lucrativos, pois sua arrecadação em atividades e seus recursos se destinam ao bem estar do ser humano. O seu lema, a Ciência, Justiça e Trabalho. O seu objetivo, a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.
Exige-se do maçon o respeito aos seus estatutos e regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, acatamento às Leis do País, ao Governo, dedicação de parte de seu tempo para participar das reuniões e a prática da moral, da igualdade e guarda dos segredos dos rituais maçônicos que como qualquer outra instituição os possui.
Segundo o Editorial do Informativo da Loja Maçônica Mahatma Gandhi – agosto de 1991/p.4: “Seus símbolos são os instrumentos do pedreiro (esquadro) e do arquiteto (compasso).
São três os graus da hierarquia maçônica: aprendizes, ou membros novos, que constituem as oficinas simbólicas; companheiros, logo acima; mestres ou maçons perfeitos. Além desses, há outros graus, de caráter honorífico, em número variável, de acordo com o rito.”
Existem ainda as Lojas Deus, Pátria e Família, Loja União VII e Loja Antônio F. Lisboa, além das já citadas durante este trabalho. Se houve algum esquecimento, não foi proposital.

(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)

As Lojas Maçônicas em Bauru 4ª Parte


Profª Marcia Regina Nava Sobreira


As Lojas Maçônicas em Bauru (IV)

                       
A primeira loja maçônica a admitir mulheres, no interior do Estado, foi instalada em Bauru em 21 de abril de 1972. A solenidade foi presidida pelo grão-mestre Alfredo Cabral e sua esposa a venerável-mestre Ofélia M.A. Cabral, da Sereníssima Grande Loja Simbólica da Franco Maçonaria Mista do Estado de São Paulo.
As sessões foram iniciadas no dia 21, no templo da Loja 1o de Agosto n. 101, situada na rua dos Emboadas, e terminaram na noite do dia seguinte com a iniciação de 23 esposas de maçons.
As precursoras, na maçonaria é que receberam a incumbência de organizar esta nova oficina, foram as senhoras Julieta Bichuski e Eneida Henrique Pereira Sampieri, residentes em Bauru.
A primeira diretoria ficou assim constituída: Presidente (Venerável Mestre): Eneida Henrique Pereira Sampieri, 1o Vice Presidente (1o Vigilante): Nair Siqueira Rodrigues; 2o Vice Presidente (2o  Vigilante): Natalia de Almeida Pereira; Oradora: Dalva Freitas Adba; Secretária: Olinda Targia Gasparini, Tesoureira: Julieta Bichuski; Chanceler , Lúcia Cogo Bueno dos Reis; Mestre de Cerimônia: Nilde Ferreira Camolez, Guarda do Templo: Mafalda Maria Giansante Fonseca; 1o Diácono: Dinanci da Costa Oliveira Ortugosa; Porta Estandarte: Itália Venâncio Madi; 2o Diácono: Cecília Machado Baroldi; Orador Adjunto, Daise Madi Coelho e mais as senhoras Cecília Machado Baroldi; Ana Joaquina de Oliveira, Marisa Aparecida Fisher Leite, Rita de Cássia Costa e Neide de Freitas.
Membros ativos do quadro da Augusta e Respeitável Loja Maçônica Mista Igualdade n. 7 Jaime Bichuski.
A Maçonaria Mista iniciou-se no Brasil em Porto Alegre em 1961, com aceitação de mulheres, era subordinada ao Supremo Conselho da Maçonaria Mista da Assembléia Latina sediada no Chile. Depois foi instalado o Grande Oriente da Franco Maçonaria Mista.
O Rito adotado é o Escocês Antigo e Aceito.
No Chile, México e no Brasil existem lojas exclusivamente femininas.
                        Bauru é sede da Potência Maçônica Mista do Estado de São Paulo e o Templo, onde se reúnem as Lojas de Bauru, situa-se na rua Princesa Izabel n. 13-85.
                        Atualmente, a Maçonaria Mista tem organizadas em Bauru 5 lojas: Lojas Simbólicas Mista número 7 Jayme Bichuski, Liberdade 13, Humildade e Justiça 14, Universitária 15 e Fraternidade 16; em São Paulo (capital) Loja Mista “O Grande Orcano” n. 8; em Curitiba, a Loja Mista Harmonia Fraterna n. 17; em Campinas, Loja Mista Phoenix n. 25 e em Taquaritinga, a Loja Mista Evolução n. 26. em virtude da boa receptividade e interesse estão se formando outras oficinas em cidades próximas a Bauru e assim a Maçonaria Mista vai ocupando espaço.
                        As Lojas Maçônicas realizam uma cerimônia denominada “Adoção de Lawtons” em comemoração ao Dia Universal da Criança, Lawtons é o nome que se dá aos filhos de maçons e estes se tornam filhos adotivos das Lojas, as quais contraem para com eles o compromisso de servir-lhe de tutores e guias na falta de seus familiares, até que atinjam a maioridade e estejam encaminhados na vida.
                        A solenidade recebe o nome de “festa branca” porque podem participar dela pessoas que não pertencem à maçonaria.
                        Na Loja Mista a adoção é de meninos e meninas, enquanto que na tradicional é apenas de meninos.
                        Existem outras solenidades assistidas por convidados como a de “homenagem póstuma” a um maçon falecido, a de “Reconhecimento Conjugal” que comemora as Bodas de Prata e de Ouro. A Maçonaria Mista já realizou o cerimonial de Bodas de Ouro do casal Faleciano e Rita da Costa e Bodas de Prata dos Casais Darcy e Terezinha Bernardi e do casal Ernesto e Nilde Camolez.
                        Entrevista mantida como o Grão Mestre da Sereníssima Grande Loja Simbólica de Franco Maçonaria Mista do Estado de São Paulo, senhor Alfio Sampieri). 

(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)

As Lojas Maçônicas em Bauru 3ª Parte


Profª Marcia Regina Nava Sobreira


As Lojas Maçônicas em Bauru (III)


                        O jornal “O Commercio de Bauru” continua a sua reportagem:
                        “O Sr. Coronel Graça Martins, em bela oração, fez uma saudação ao nosso grande patrício General Dr. Lauro Sodré, Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil.
                        Falou ainda o Sr. Adelmo Pellegrini, que em nome das autoridades do “Grande Oriente de São Paulo”, agradeceu a hospitalidade da “Loja Arquitetos de Bauru” e “Noroeste do Brasil”.
                        Finalmente, encerrou a série de brindes o Sr. Domingos Marcondes Cezar, secretário da “Loja Noroeste do Brasil”, que agradeceu o comparecimentos de todos os presentes.
                        De volta, aqui chegaram os visitantes à 1 hora e quarenta minutos da manhã.
                        Tomaram lugar no especial (trem), alem das autoridades do Grande Oriente de São Paulo, os seguintes membros da “Loja Arquitetos de Bauru” e representantes da imprensa: Sr. Cap. Paulino Fonseca, Eduardo Coutinho, José Mendes, Antônio Izaias de Arruda, Nicolino Roselli, Antônio Costa Mesquita, João Pucciarelli, Alexandre Sabino, Annibal Oliveira, José Aiello, Alfredo Oliveira, Francisco Soares, Henrique Marchione, Orozimbo Soares Nogueira, Vicente Curibelli, Casemiro Onofrillo, Emílio Volpini, Gibran Soubihe, Joaquim Cruz, Amadeu Collacini, Andrelino Demétrio, Augusto de Mello Vieira, Francisco Cardoso Saraiva, e Antônio Benedicto Caruso, Almerindo Cardarelli, Argemiro dos Santos e Américo Coutinho (...)”.
                        Os visitantes se hospedaram no Hotel Dix. No dia 16 pelo noturno embarcaram de volta a São Paulo.
                        A Loja Noroeste do Brasil é a mais antiga loja fundada na zona da Noroeste, com exceção de Bauru. A sua primeira diretoria constituiu-se dos seguintes: Venerável, José Mendes; Vigilantes: Eduardo Coutinho e Antônio Izaías de Arruda; Orador, João Pucciarelli; Secretário, Antônio da Costa Mesquita; Tesoureiro, Alexandre Sabino; Chanceler, José Aiello e Francisco Fonseca.
                        A Loja foi fundada em 3 de agosto de 1915, na então vila de Jacutinga, hoje Avaí.
                        Por seu pioneirismo teve decisiva participação na fundação de outras Lojas Maçônicas das quais, citamos as de Pirajuí, Penápolis, Promissão e Araçatuba e recentemente a Loja Maçônica Acácia Bauruense.
                        Está filiada ao Grande Oriente do Brasil e seu templo em Bauru, localiza-se na avenida Dr. Nuno de Assis, 9-57, onde também é ocupado para reuniões pela Loja Maçônica “Acácia Bauruense”. As reuniões são realizadas todas as terças-feiras, sendo que na terceira terça-feira do mês, ocorre no Templo da avenida Nuno de Assis.
                        A partir de 1950 ocuparam o cargo de presidente da Loja: Antônio Carilho, José Corrêa, Cipriano Peres, Camilo Maddy, Núncio Sampieri Neto, Alfio Sampieri, Ernesto Camolez, Carlos Benedito Barbosa, Oswaldo Bertolini e Hélcio Quedas Nogueira.
                        A atual diretoria tem como venerável Élcio Miragaia de Souza Nogueira, eleito com os seguintes membros: José Joanite, José Lourenço Lozano, Alexandre Martins, Waldemar Nora Bittencourt, Ivan da Silva e Silvio Betting.
                        O primeiro nome dado a atual Avaí, foi Jacutinga, nome de um pássaro muito encontrado na região, na época. Depois passou a denominar-se São Sebastião de Jacutinga, e a ter como padroeiro o Santo.
                        As primeiras terras para a formação do patrimônio foram doadas pelo major Gasparino de Quadros em 1905, num total de 10 alqueires.
                        Dos principais desbravadores e pioneiros Avaí citamos: João Batista Dias e João Guari.
                        O distrito de Jacutinga foi criado em 30 de dezembro de 1910 e foi elevado a categoria de município em 2 de dezembro de 1919, instalado em 10 de abril de 1920.
                        O território de Avaí foi desmembrado do de Bauru.
                        A Loja Maçônica de Avaí recebia membros de Bauru através da E.F. Noroeste do Brasil. Muitos dos irmãos eram funcionários desta estrada de ferro.
                        Em Bauru também funciona a Loja Maçônica Mahatma Gandhi n. 336 situada à rua Antônio dos Reis, 9-61, que tinha a sua diretoria l composta:
                        Venerável Mestre: José Maria Gonçalves Valle; 1o Vigilante – Alfredo Fernandes; 2o Vigilante – Luís Mario M. Reis; Orador – Luiz Alberto M. Bezerra; Secretário – Adauto J. da S. Pereira; Tesoureiro – João Carlos Aznar; Chanceler – S. Domingos de Oliveira; Mestre de Cerimônia – J. Roberto M. Segalla; Hospitaleiro: Alceu Camargo; 1o Diácomo – P. César N. Renno; 2o Diácomo – J> Márcio C. Renno; Porta-Bandeira: Rafael F. Maddarena; Porta-Espada – José Luiz Ribeiro; Porta-Estandarte – Lino Faria Petelinkar; 1o Exp: Adilson Roberto Biguetti; 2o Esp: Paulo César D. Sanches; G.T: Irani Antônio Soares; COBR: Sérgio L. Triglia; ARQ: Luiz Mário Bueno; BIBL: César Fernandes Ribeiro; M. BANQ.: Luiz Domingos Cruz; M.H.: Pedro Cappo Bianco; ADJ. ORD. Virgilio J.S. Lima Pereira; ADJ. TES. João Farid Mad Junior; DJ. M.C. José Aparecido Montagnana; ADJ. HOSP. Aparecido Osni Delecrode;
                        COMISSÃO DE ASSUNTOS GERAIS
                        José Roberto Martins Segala; Lino Faria Petelinkcar; José Márcio Renno.
                        COMISSÃO DE FINANÇAS
                        Pedro Cappo Bianco; Sérgio L. Triglia; César Fernandes Ribeiro.
                        COMISSÃO DE SOLIDARIEDADE
                        Irani Antônio Soares; Rafael F. Maddarena; Luiz Mário Bueno.
                        COMISSÃO DE LITURGIA
                        Alfredo Fernandes; Virgilio J.S.L. Pereira e Adilson Roberto Biguetti (Informativo da Loja Maçônica Mahatma Gandhi – Agosto de 1991, p.3, n.3).
                        As reuniões da Loja Maçônica Mahatma Gandhi realiza suas reuniões no prédio da Loja Maçônica 1o de Agosto n. 101. Também ocupa esta dependência a Loja Maçônica de Lençóis Paulista.
                        A data provável da fundação da Loja Arquitetos, levantada até o presente momento, é do dia 1 de julho de 1896, em Bauru. Segundo o jornal bauruense “O Diluculo”, adquirido por Manuel Sandim em 1917 para transforma-lo no Correio de Bauru com edição diária, publicou em 2 de julho de 1916 uma nota noticiando que a Loja Arquitetos estava comemorando o seu 20o aniversario de fundação. 




(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)

As Lojas Maçônicas em Bauru 2ª Parte


Profª Marcia Regina Nava Sobreira




As Lojas Maçônicas em Bauru (II)


                        Prosseguimos com o histórico sobre a maçonaria em Bauru, transcrevendo o artigo do ex-maçon Carlos Fernandes de Paiva:
                        “Tranqüilo e sem maior novidade corria o ano de 1958. Chateaubriand Giraldes, membro das Grandes Lojas do Estado de São Paulo, sabedor do ocorrido, apressou-se a vir a Bauru, entrando em contato com os insatisfeitos. Algumas reuniões foram promovidos em locais diferentes, coordenando-se trabalhos para levar a efeito a instituição de uma nova entidade à sombra daquela potência maçônica.
                        Na tarde de 26 de junho de 1958, na residência do irmão Manuel Sebastião, com o comparecimento de Amador dos Santos Fernandes e Chateaubriand Giraldes, das Grandes Lojas e irmãos bauruenses interessados, em reunião preparatória ficou designada a data de 5 de julho do mesmo ano para a instalação da nova loja, o que se deu nesta noite, no estabelecimento comercial “Móveis Zats”, desta cidade. Eleita então a diretoria provisória que ficou assim constituída: - “Venerável interino, Dr. Dirço Durval dos Santos; 1o vigilante, Paulo Paschoal; 2o vigilante, dr. Antonio Augusto Dalquimim; orador, Antonio Jonas Antero dos Passos; secretário, tenente Eurípedes Mineiro de Melo; tesoureiro, Luiz Lopes de Carvalho; chanceler, Cromâncio Alves Bastos e cobridor, Wilson Carvalho Viana. Empossada esta diretoria provisória pelos representantes das Grandes Lojas, falaram diversos oradores com palavras congratulatórias entre si, jubilosos pelo início de uma nova jornada maçônica neste Oriente, ficando designada a segunda reunião para o dia 9 de julho seguinte durante a qual, além do plano de trabalho delineado pela Diretoria foi expedido prancha solicitando a potência maior a Carta Constitutiva provisória. Reinando muito entusiasmo entre os componentes da agremiação, cada qual concorreria de conformidade com suas posses para a composição do recinto dos trabalhadores que eram realizados ora num, ora noutro local, até que se conseguiu fixar o Templo num salão de propriedade do dr. Ângelo Pagoto, onde foi montado com todos os requisitos exigidos e onde também foram feitas as primeiras iniciações e filiações pela Loja 1o de Agosto n. 101, sob os auspícios das Grandes Lojas do Estado de São Paulo, depois de regularizada pela comissão composta dos irmãos Francisco Rorato, Theobaldo Varoli, Amador dos Santos Fernandes, grandes dignidades central.
                        Lançadas as bases para a construção do edifício próprio, organizadas as comissões de trabalho com os irmãos Feliciano Costa, Manuel Sebastião, Paulo Paschoal, à frente, não foi pequena a tarefa, muito árdua foi ela, entretanto o resultado foi excelente e a vitória sorriu aos maçons da 101 que hoje está comodamente instalado num bem construído  prédio, embora modesto com todas as dependências necessárias para os serviços semanais e em seu elegante e bem organizado Templo tem-se organizado além de outras de caráter interno, sessões brancas de adoção de lowtons e cívicas de comemorações de datas nacionais com presença de autoridades, pessoas gramas e exma famílias.
                        O primeiro Mestre instalado desta ordem, foi o irmão Paulo Paschoal; os primeiros afilhados foram Mário Márcio Martinez, Wagner Costa e Silva, Richard Zatz e Jamilson Lima Passos, em sessão branca realizada no dia 21 de dezembro de 1960, Sob o palio filantrópico maçônico desenvolve suas atividades no campo assistencial a – “Triângulo das Acácias” agremiação formada pelas senhoras dos obreiros da Loja, incansáveis de dedicação junto aos necessitados.
                        Há dois anos mais ou menos, 1970, por iniciativa do sr. Joaquim Augusto Costa, maçon de elevado grau filosófico, reunindo irmãos afastados de outras entidades, foi fundada a Loja “União” e o rito escolhido foi o “York”, trabalhando na sede da Loja “Arquitetos de Ormuz” que continua em atividades depois de passar para Rio Escocês Antigo e Aceito, obediente ao Grande Oriente do Estado de São Paulo.
                        Haverá quem se surpreenda ao ler esta crônica em que se dá a notícia da existência Loja Maçônica exclusivamente de senhoras, nesta cidade. Pois as mulheres também têm vez na maçonaria. É uma entidade nova, fundada a pouco mais de seis meses (dia 21 de abril de 1972) com o título “Loja Maçônica Igualdade 7”, filiada à potência denominada Franco Maçonaria Mixta do Estado de São Paulo, com sede na capital. Esta nova unidade maçônica está sob a orientação da senhora Eneida Sampieri, funcionando em um galpão, da rua 1o de Agosto, fundos do prédio Sampieri, provisoriamente, pois a entidade trabalha no sentido de construir brevemente o seu templo próprio já que conta em seu seio com bom número de iniciadas e em vista de novas adeptas cujos processos já estão em preparo. A Sociedade Franco Maçonaria Mixta do Estado de São Paulo, não tem nenhuma ligação com as demais potências, “Grande Oriente do Estado de São Paulo” e “Grandes Lojas do Estado de São Paulo”.
                        Assim é que em Bauru funcionam sob os auspícios do Grande Oriente do Estado de São Paulo, as Lojas “Roosevelt”, “Arquitetos de Ormuz”, “União” e “Noroeste do Brasil”, sob os jas, a 1o de Agosto n. 101, e filiada a “Franco Maçonaria Mixta do Estado de São Paulo” a “Igualdade 7”...
                        A Loja Maçônica Noroeste do Brasil foi fundada na cidade de Jacutinga hoje Avaí em 1915. O jornal “O Commercio de Bauru” de 19 de dezembro de 1915, fez uma reportagem sobre a cerimônia de inauguração ocorrida em 14 de dezembro após 6 meses mais ou menos de sua fundação.
                        O jornal noticiou... “Especialmente para esse fim, vieram de São Paulo os Srs. Coronal Arthur da Graça Martins, Grão Mestre, Adelmo Pellegrini, Grande Secretário, Cap. Pedro Mais, Grande Tesoureiro, Cap. Ulysses Ramos, representantes da Assembléia e Antônio Giusti, membro de Conselho de Kadosh e redator da “Revista Maçônica” todos do grande Oriente de São Paulo.
                        Essas autoridades do Grande Oriente de São Paulo, as 6 horas da tarde, precedidos da banda de música “Internacional”, e dos membros da “Loja Arquitetos de Bauru”, com os respectivos estandartes, e representantes da nossa imprensa, partiram de trem especial para Jacutinga, onde foram recebidos, às 8 horas e dez minutos pelos membros da nova Loja Noroeste, com o seu estandarte, a banda “Lyra Pirajuhyense”, e grande quantidade de povo.
                        Formou-se então importante préstito, que se dirigiu para o templo provisório da “Loja Noroeste”, onde se realizou a sessão de instalação.
                        Depois desta, todos os maçons e profanos convidados, se dirigiram para o bar do cinema, onde se efetuou um laudo banquete, fazendo ao champagne, uso da palavra, Snr. João Pucciarelli, que saudou, em nome das altas autoridades do “Grande Oriente de São Paulo”, a imprensa profana, representada pelo Snr. Almerindo Cardarelli, de “O Bauru”, a Américo Coutinho e Argemiro dos Santos de “O Commercio de Bauru”. Respondeu o nosso companheiro Snr. Argemiro dos Santos.
                        O Snr. Antônio Giusti, saudou também a imprensa profana e a Maçonaria Brasileira.


(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)

As Lojas Maçônicas em Bauru 1ª Parte


Profª Marcia Regina Nava Sobreira


As Lojas Maçônicas em Bauru (I)


                        A Maçonaria sempre foi uma instituição que se reveste de certo mistério a ser tratada, pois se conhece muito pouco sobre esta entidade e além disso através da história se criou mitos sobre ela.
                        A partir de hoje vamos transcrever um trabalho feito por Carlos Fernandes de Paiva, mais conhecido como Mestre Cyrilo, que por muitos anos escreveu neste mesmo jornal, sobre A MAÇONARIA EM BAURU, datado de 1o de agosto de 1972 numa edição especial do 76o aniversário de Bauru. Neste trabalho ele relata a fundação de Lojas Maçônicas dos primeiros maçons.
                        ... “A Maçonaria é bom que se diga, não é uma sociedade ou seita religiosa, não havendo em suas leis, regulamentos ou rituais, dispositivos que autorizem contestações, censuras ou críticas de quaisquer natureza a outras organizações sociais e religiosas. Ao contrário, respeita a todas, adotando os mesmos princípios evangélicos cristãos. É uma sociedade de caráter puramente social, filosófica, filantrópica e progressista. Instituição Liberal, salva-guarda liberdade pública, escudo do Direito e da Justiça. Isto é a Maçonaria.
                        (...) A data de 24 de junho de 1889, noite de São João foi escolhida. Reunidos os irmãos, Esmael Marinho Falcão, Carlos Marques da Silva, Azarias Ferreira Leite, João Meira, cap. João Antonio Gonçalves, Antonio José Alves, Custódio de Araújo Leite e João Alves, fundada foi a “Loja Arquitetos”, inspirado o título distintivo na obra da construção da Vila. Algumas reuniões já haviam sido realizadas quando tiveram conhecimento da chegada ao vilarejo de outros irmãos fixando aqui residência. Resolveram considerar fundadores da nova Loja todos que viessem pleitear um lugar no quadro social dentro do prazo de trinta dias. Foram considerados fundadores, então, além dos primeiros, mais os seguintes cidadãos: Luiz Gonzaga Falcão, Francisco Aielo, José Fratogiani, Gerson França, Thomaz Vitelli, José Cruz, Antonio Bertoni e Luiz Fiúza.
                        Não era fácil, naquela época, montar-se uma Loja Maçônica com todos os requisitos exigidos pela Constituição da Sublime Ordem, numa localidade ainda em formação, distante de estradas de ferro, condução difícil, razão pela qual somente em 1907 a Maçonaria em Bauru tomou incremento com a admissão de mais elementos como, José Aielo, Sócrates Bozzini, Genaro Bocalatto, Vitório Zangui, Antonio Fazzio, Henrique Pizan, João Ramos e Felipe João. Adquirindo o terreno por iniciativa e operosidade de Sócrates Bozzini, maçon convicto, que tomou a frente da comissão encarregada da construção do Templo, terreno e Templo que ainda hoje permanecem nas mãos dos prossecutores social, ali no quarteirão oito da avenida Rodrigues Alves, tiveram início as obras edificando-se, dentro de seis meses o primeiro edifício maçônico nesta cidade, composto com cinco peças, sala de recepção, secretaria, tesouraria, Sala dos Passos Perdidos e o Salão do Templo. Com excepcional regozijo festejaram os maçons a inauguração e sagração ritualística do seu Templo com a presença de autoridades, pessoas gradas e famílias da cidade. Alegrando o ambiente muitas flores e banda de música, com banquete ao final.
                        Progredia sensivelmente a Maçonaria em Bauru adotando o rito Escocês Antigo e Aceito com a iniciação de altos funcionários ferroviários, médicos, advogados, engenheiros e pessoas da elite social que então já enriqueceram a colméia humana citadina. Com a emancipação política administrativa e instalação da comarca, 1911 Bauru marchava garbosamente para os seus destinos com augúrios de vir a ser, realmente, uma grande cidade. Os maçons sorriam com o sucesso da sociedade já então, provida de todos os elementos e utensílios inerentes aos trabalhos internos, funcionando regularmente com setenta membros. Diante do surto progressivo da entidade o Grande Oriente do Estado de São Paulo concedeu permissão para a criação da Loja Capitular para concessão de graus elevados já que o quadro da Loja antiga mais de cem iniciados.
                        A carta magna maçônica paulista que até então regulamentava as atividades funcionais das Lojas sob sua jurisdição, permitia o desdobramento das mesmas, desde que, cada uma delas contasse em seu livro de presença mais daquele número de irmãos, e que era justamente o que acontecia com a Arquitetos.
                        Almerindo Cardarelli, proprietário e redator chefe do jornal “O Bauru” adquirido dos seus fundadores, o primeiro que circulou na cidade defendendo-lhe os interesses, com espírito de progresso que orientava as suas atividades, teve a iniciativa, juntamente com Nicolino Roselli, Agusto Barbosa de Moraes e Argemiro dos Santos, fundando a “Loja Ormuz”, em uma reunião realizada na redação daquele jornal, na noite de 13 de maio de 1917, quando solicitaram a regulamentação dos trabalhos pelo rito moderno. Obtida a concessão da Potência Maior, o Grande Oriente do Brasil, foi a mesma reconhecida em 20 de maio de 1918. A primeira diretoria desta Loja: Venrável, Almerindo Cardarelli; 1o vigilante, Nicolino Roselli; 2o vigilante, João Alves Machado; orador, dr. Francisco Carneiro Giraldes; secretário, Jacy Gomide; tesoureiro, Tiburtino Grilo; chanceler, Augusto João Costa; hospitaleiro, João Poletti; mestre de Cerimônia, André D’ Ávila; adjunto de Orador, Miguel Ruiz; adjunto de secretário, Gabriel Cara Ruiz; 1o esperto, Antonio Augusto de Faria; 2o esperto, Casemiro Onofrilo; 3o esperto, Dante Cassiani; arquiteto, Marques Godinho; Cobridor, Raquel Lombardi; porta espada, Emílio Volpini; porta estandarte, João simonetti; mestre de basquete, Américo Cariani; representante junto a Soberana Assembléia do Grande Oriente do Estado de São Paulo, Augusto Barbosa de Moraes. Recebendo o título capitular em 14 de junho de 1922 passou esta Loja a trabalhar no Rio Escocês Antigo e Aceito, funcionando muito tempo em um prédio de aluguel situado na esquina da rua Costa Ribeiro (hoje Presidente Kennedy) com a Antonio Alves. O articulista destas linhas iniciou-se nesta Loja em 16 de maio de 1923. Pela sua assiduidade aos trabalhos e estudos e questões maçônicas alcançou, depois de passar por vários cargos, o veneralato, chegando ao Conselho de Kadosch, hoje membro do Venerável Colégio, das Grandes Lojas do Estado de São Paulo.
                        O engenheiro Orozinho Soares Nogueira e o comerciante Frank de Barros Monteiro, residente na capital e membros ativos do Conselho do Grande Oriente do Estado de São Paulo e que haviam sido veneráveis da entidade local, tendo tido notícia do desdobramento da Loja Arquitetos vieram a Bauru para conhecer as ocorrências. Entrando em contato com os irmãos bauruenses, expondo as razões que não permitiam aquela situação, conseguiram a unificação de ambas sob um só distintivo que passou a ser desde então – Loja Maçônica Arquitetos de Ormuz – desenvolvendo uma atividade mais ampla no campo dos interesses sociais. Passaram-se os tempos. O único corpo maçônico da localidade progredia sensivelmente com o aumento do quadro de seus obreiros e solução dos problemas inerentes a vida social. Na gestão presidencial de Carlos F. de Paiva verificou-se um novo desligamento. Olmes Berriel, Miguel Gimenez, Toledo Piza, Mendes de Almeida, desejam conhecer um novo rito. Não conseguindo a mudança do que nele trabalhavam resolveram fundar outra Loja. No dia 24 de outubro de 1947 reunidos nas dependências da Arquitetos de Ormuz, lançaram as bases da nova entidade com o título distintivo de – “Loja Roosevelt” – com o rito Moderno ou Francês com a seguinte diretoria provisória: Venerável, Rodolpho Penteado; 1o vigilante, Ladislau Grisinsk; 2o vigilante, Olmes Berriel; Orador, Mendes de Almeida; secretário, Benedito Castro Luz; tesoureiro, Miguel Gimenez; e cobridor, Toledo Piza, aliciando irmãos simpáticos a iniciativa e iniciando profanos, a nova ordem maçônica bauruense tornou-se concreta no seu desiderato. Inconciliáveis os dois ritos para o trabalho no mesmo Templo, a Roosevelt passou a trabalhar em vários locais até que um maior número de associados lhe fosse favorável à construção da casa própria. Reuniram-se então, primeiramente no prédio da Associação dos Contabilistas, depois em Agudos, em Pederneiras e na Oficina Colombo do irmão Gimenez.
                        Diante das dificuldades de um local próprio, surgiu a idéia de construção do prédio próprio que tomando corpo foi conseguido na gestão profícua do venerável José Tonon que não descansou enquanto não viu o edifício levantado em condições de ser usado convenientemente. A data do Breve Constitutivo da Loja traz o número 1.238 é de 11 de outubro de 1948 e a data oficial da fundação é de 31 de outubro de 1947 e o seu Regimento Interno aprovado pelo Conselho Estadual em 28 de junho de 1952.
                        Descontentes com o acontecimento, prestigiados pelos poderes centrais, 68 elementos da entidade deixaram as colunas passando-se para outra potência, ou seja, para as Grandes Lojas do Estado de São Paulo, fundando a Loja Maçônica Arquitetos de Ormuz n. 76, que teve vida efêmera em virtude de um processo de ilegalidade movido pelo Grande Oriente de São Paulo.
                        Recalcitrantes em seus direitos de vida idealística, os maçons não ensarrilham suas armas na adversidade, daí o ressurgimento de uma nova sociedade maçônica nesta cidade.

(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)