Profª Marcia Regina Nava Sobreira
As Lojas Maçônicas
em Bauru (I)
A Maçonaria sempre foi
uma instituição que se reveste de certo mistério a ser tratada, pois se conhece
muito pouco sobre esta entidade e além disso através da história se criou mitos
sobre ela.
A partir de hoje vamos
transcrever um trabalho feito por Carlos Fernandes de Paiva, mais conhecido
como Mestre Cyrilo, que por muitos anos escreveu neste mesmo jornal, sobre A
MAÇONARIA EM BAURU, datado de 1o de agosto de 1972 numa edição
especial do 76o aniversário de Bauru. Neste trabalho ele relata a
fundação de Lojas Maçônicas dos primeiros maçons.
... “A Maçonaria é bom
que se diga, não é uma sociedade ou seita religiosa, não havendo em suas leis,
regulamentos ou rituais, dispositivos que autorizem contestações, censuras ou
críticas de quaisquer natureza a outras organizações sociais e religiosas. Ao
contrário, respeita a todas, adotando os mesmos princípios evangélicos
cristãos. É uma sociedade de caráter puramente social, filosófica, filantrópica
e progressista. Instituição Liberal, salva-guarda liberdade pública, escudo do
Direito e da Justiça. Isto é a Maçonaria.
(...) A data de 24 de
junho de 1889, noite de São João foi escolhida. Reunidos os irmãos, Esmael
Marinho Falcão, Carlos Marques da Silva, Azarias Ferreira Leite, João Meira,
cap. João Antonio Gonçalves, Antonio José Alves, Custódio de Araújo Leite e
João Alves, fundada foi a “Loja Arquitetos”, inspirado o título distintivo na
obra da construção da Vila. Algumas reuniões já haviam sido realizadas quando
tiveram conhecimento da chegada ao vilarejo de outros irmãos fixando aqui
residência. Resolveram considerar fundadores da nova Loja todos que viessem
pleitear um lugar no quadro social dentro do prazo de trinta dias. Foram
considerados fundadores, então, além dos primeiros, mais os seguintes cidadãos:
Luiz Gonzaga Falcão, Francisco Aielo, José Fratogiani, Gerson França, Thomaz
Vitelli, José Cruz, Antonio Bertoni e Luiz Fiúza.
Não era fácil, naquela
época, montar-se uma Loja Maçônica com todos os requisitos exigidos pela
Constituição da Sublime Ordem, numa localidade ainda em formação, distante de
estradas de ferro, condução difícil, razão pela qual somente em 1907 a
Maçonaria em Bauru tomou incremento com a admissão de mais elementos como, José
Aielo, Sócrates Bozzini, Genaro Bocalatto, Vitório Zangui, Antonio Fazzio,
Henrique Pizan, João Ramos e Felipe João. Adquirindo o terreno por iniciativa e
operosidade de Sócrates Bozzini, maçon convicto, que tomou a frente da comissão
encarregada da construção do Templo, terreno e Templo que ainda hoje permanecem
nas mãos dos prossecutores social, ali no quarteirão oito da avenida Rodrigues
Alves, tiveram início as obras edificando-se, dentro de seis meses o primeiro
edifício maçônico nesta cidade, composto com cinco peças, sala de recepção,
secretaria, tesouraria, Sala dos Passos Perdidos e o Salão do Templo. Com
excepcional regozijo festejaram os maçons a inauguração e sagração ritualística
do seu Templo com a presença de autoridades, pessoas gradas e famílias da
cidade. Alegrando o ambiente muitas flores e banda de música, com banquete ao
final.
Progredia sensivelmente
a Maçonaria em Bauru adotando o rito Escocês Antigo e Aceito com a iniciação de
altos funcionários ferroviários, médicos, advogados, engenheiros e pessoas da
elite social que então já enriqueceram a colméia humana citadina. Com a
emancipação política administrativa e instalação da comarca, 1911 Bauru
marchava garbosamente para os seus destinos com augúrios de vir a ser,
realmente, uma grande cidade. Os maçons sorriam com o sucesso da sociedade já
então, provida de todos os elementos e utensílios inerentes aos trabalhos
internos, funcionando regularmente com setenta membros. Diante do surto
progressivo da entidade o Grande Oriente do Estado de São Paulo concedeu
permissão para a criação da Loja Capitular para concessão de graus elevados já
que o quadro da Loja antiga mais de cem iniciados.
A carta magna maçônica
paulista que até então regulamentava as atividades funcionais das Lojas sob sua
jurisdição, permitia o desdobramento das mesmas, desde que, cada uma delas
contasse em seu livro de presença mais daquele número de irmãos, e que era
justamente o que acontecia com a Arquitetos.
Almerindo Cardarelli,
proprietário e redator chefe do jornal “O Bauru” adquirido dos seus fundadores,
o primeiro que circulou na cidade defendendo-lhe os interesses, com espírito de
progresso que orientava as suas atividades, teve a iniciativa, juntamente com
Nicolino Roselli, Agusto Barbosa de Moraes e Argemiro dos Santos, fundando a
“Loja Ormuz”, em uma reunião realizada na redação daquele jornal, na noite de
13 de maio de 1917, quando solicitaram a regulamentação dos trabalhos pelo rito
moderno. Obtida a concessão da Potência Maior, o Grande Oriente do Brasil, foi
a mesma reconhecida em 20 de maio de 1918. A primeira diretoria desta Loja:
Venrável, Almerindo Cardarelli; 1o vigilante, Nicolino Roselli; 2o
vigilante, João Alves Machado; orador, dr. Francisco Carneiro Giraldes;
secretário, Jacy Gomide; tesoureiro, Tiburtino Grilo; chanceler, Augusto João
Costa; hospitaleiro, João Poletti; mestre de Cerimônia, André D’ Ávila; adjunto
de Orador, Miguel Ruiz; adjunto de secretário, Gabriel Cara Ruiz; 1o
esperto, Antonio Augusto de Faria; 2o esperto, Casemiro Onofrilo; 3o
esperto, Dante Cassiani; arquiteto, Marques Godinho; Cobridor, Raquel Lombardi;
porta espada, Emílio Volpini; porta estandarte, João simonetti; mestre de
basquete, Américo Cariani; representante junto a Soberana Assembléia do Grande
Oriente do Estado de São Paulo, Augusto Barbosa de Moraes. Recebendo o título
capitular em 14 de junho de 1922 passou esta Loja a trabalhar no Rio Escocês
Antigo e Aceito, funcionando muito tempo em um prédio de aluguel situado na
esquina da rua Costa Ribeiro (hoje Presidente Kennedy) com a Antonio Alves. O
articulista destas linhas iniciou-se nesta Loja em 16 de maio de 1923. Pela sua
assiduidade aos trabalhos e estudos e questões maçônicas alcançou, depois de
passar por vários cargos, o veneralato, chegando ao Conselho de Kadosch, hoje
membro do Venerável Colégio, das Grandes Lojas do Estado de São Paulo.
O engenheiro Orozinho
Soares Nogueira e o comerciante Frank de Barros Monteiro, residente na capital
e membros ativos do Conselho do Grande Oriente do Estado de São Paulo e que
haviam sido veneráveis da entidade local, tendo tido notícia do desdobramento
da Loja Arquitetos vieram a Bauru para conhecer as ocorrências. Entrando em
contato com os irmãos bauruenses, expondo as razões que não permitiam aquela
situação, conseguiram a unificação de ambas sob um só distintivo que passou a
ser desde então – Loja Maçônica Arquitetos de Ormuz – desenvolvendo uma
atividade mais ampla no campo dos interesses sociais. Passaram-se os tempos. O
único corpo maçônico da localidade progredia sensivelmente com o aumento do
quadro de seus obreiros e solução dos problemas inerentes a vida social. Na
gestão presidencial de Carlos F. de Paiva verificou-se um novo desligamento.
Olmes Berriel, Miguel Gimenez, Toledo Piza, Mendes de Almeida, desejam conhecer
um novo rito. Não conseguindo a mudança do que nele trabalhavam resolveram
fundar outra Loja. No dia 24 de outubro de 1947 reunidos nas dependências da
Arquitetos de Ormuz, lançaram as bases da nova entidade com o título distintivo
de – “Loja Roosevelt” – com o rito Moderno ou Francês com a seguinte diretoria
provisória: Venerável, Rodolpho Penteado; 1o vigilante, Ladislau
Grisinsk; 2o vigilante, Olmes Berriel; Orador, Mendes de Almeida;
secretário, Benedito Castro Luz; tesoureiro, Miguel Gimenez; e cobridor, Toledo
Piza, aliciando irmãos simpáticos a iniciativa e iniciando profanos, a nova
ordem maçônica bauruense tornou-se concreta no seu desiderato. Inconciliáveis
os dois ritos para o trabalho no mesmo Templo, a Roosevelt passou a trabalhar
em vários locais até que um maior número de associados lhe fosse favorável à
construção da casa própria. Reuniram-se então, primeiramente no prédio da
Associação dos Contabilistas, depois em Agudos, em Pederneiras e na Oficina
Colombo do irmão Gimenez.
Diante das dificuldades
de um local próprio, surgiu a idéia de construção do prédio próprio que tomando
corpo foi conseguido na gestão profícua do venerável José Tonon que não
descansou enquanto não viu o edifício levantado em condições de ser usado
convenientemente. A data do Breve Constitutivo da Loja traz o número 1.238 é de
11 de outubro de 1948 e a data oficial da fundação é de 31 de outubro de 1947 e
o seu Regimento Interno aprovado pelo Conselho Estadual em 28 de junho de 1952.
Descontentes com o
acontecimento, prestigiados pelos poderes centrais, 68 elementos da entidade
deixaram as colunas passando-se para outra potência, ou seja, para as Grandes
Lojas do Estado de São Paulo, fundando a Loja Maçônica Arquitetos de Ormuz n.
76, que teve vida efêmera em virtude de um processo de ilegalidade movido pelo
Grande Oriente de São Paulo.
Recalcitrantes em seus
direitos de vida idealística, os maçons não ensarrilham suas armas na
adversidade, daí o ressurgimento de uma nova sociedade maçônica nesta cidade.
(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)
Como faco pra ser um maçom
ResponderExcluirExistem mais de um jeito se tornar um maçom, no entanto, é necessário que se entenda algumas coisas antes e pra isso é importante conhecer algum maçom pra conversar ou ir a uma loja e dizer sobre seu desejo. Ao compreender a filosofia da maçonaria lhe serão feitas muitas perguntas e terá que se enquadrar em alguns requisitos. Ser maçom implica muitas coisas importantes e se isso não estiver claro pode não ser aceito. ps.: se você for mulher haverá um dificuldade um pouco maior e neste caso é necessário se informar direitinho, boa sorte...
ExcluirComo faco pra ser um maçom
ResponderExcluirExistem mais de um jeito se tornar um maçom, no entanto, é necessário que se entenda algumas coisas antes e pra isso é importante conhecer algum maçom pra conversar ou ir a uma loja e dizer sobre seu desejo. Ao compreender a filosofia da maçonaria lhe serão feitas muitas perguntas e terá que se enquadrar em alguns requisitos. Ser maçom implica muitas coisas importantes e se isso não estiver claro pode não ser aceito. ps.: se você for mulher haverá um dificuldade um pouco maior e neste caso é necessário se informar direitinho, boa sorte...
Excluirmeu tio foi macon em bauru , muitos anos atras, depois foi para goinai, estou precisando muito de um apoio , será que existe alguma maneira de ser ajudada, por vcs?,
ResponderExcluirGostaria de me tornar maçon como posso fazer para me tornar uma maçon?
ResponderExcluirMe dedicarei inteiramente com seriedade e dedicação. Sempre estudarei e me entregarei de corpo e alma aos estudos e sempre estarei engajada.
ResponderExcluirMe dedicarei inteiramente com seriedade e dedicação. Sempre estudarei e me entregarei de corpo e alma aos estudos e sempre estarei engajada.
ResponderExcluirComo faço para ser um membro da macmaçona queria muito participar das reuniões e me iniciar
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