sexta-feira, 13 de abril de 2012

As Lojas Maçônicas em Bauru 1ª Parte


Profª Marcia Regina Nava Sobreira


As Lojas Maçônicas em Bauru (I)


                        A Maçonaria sempre foi uma instituição que se reveste de certo mistério a ser tratada, pois se conhece muito pouco sobre esta entidade e além disso através da história se criou mitos sobre ela.
                        A partir de hoje vamos transcrever um trabalho feito por Carlos Fernandes de Paiva, mais conhecido como Mestre Cyrilo, que por muitos anos escreveu neste mesmo jornal, sobre A MAÇONARIA EM BAURU, datado de 1o de agosto de 1972 numa edição especial do 76o aniversário de Bauru. Neste trabalho ele relata a fundação de Lojas Maçônicas dos primeiros maçons.
                        ... “A Maçonaria é bom que se diga, não é uma sociedade ou seita religiosa, não havendo em suas leis, regulamentos ou rituais, dispositivos que autorizem contestações, censuras ou críticas de quaisquer natureza a outras organizações sociais e religiosas. Ao contrário, respeita a todas, adotando os mesmos princípios evangélicos cristãos. É uma sociedade de caráter puramente social, filosófica, filantrópica e progressista. Instituição Liberal, salva-guarda liberdade pública, escudo do Direito e da Justiça. Isto é a Maçonaria.
                        (...) A data de 24 de junho de 1889, noite de São João foi escolhida. Reunidos os irmãos, Esmael Marinho Falcão, Carlos Marques da Silva, Azarias Ferreira Leite, João Meira, cap. João Antonio Gonçalves, Antonio José Alves, Custódio de Araújo Leite e João Alves, fundada foi a “Loja Arquitetos”, inspirado o título distintivo na obra da construção da Vila. Algumas reuniões já haviam sido realizadas quando tiveram conhecimento da chegada ao vilarejo de outros irmãos fixando aqui residência. Resolveram considerar fundadores da nova Loja todos que viessem pleitear um lugar no quadro social dentro do prazo de trinta dias. Foram considerados fundadores, então, além dos primeiros, mais os seguintes cidadãos: Luiz Gonzaga Falcão, Francisco Aielo, José Fratogiani, Gerson França, Thomaz Vitelli, José Cruz, Antonio Bertoni e Luiz Fiúza.
                        Não era fácil, naquela época, montar-se uma Loja Maçônica com todos os requisitos exigidos pela Constituição da Sublime Ordem, numa localidade ainda em formação, distante de estradas de ferro, condução difícil, razão pela qual somente em 1907 a Maçonaria em Bauru tomou incremento com a admissão de mais elementos como, José Aielo, Sócrates Bozzini, Genaro Bocalatto, Vitório Zangui, Antonio Fazzio, Henrique Pizan, João Ramos e Felipe João. Adquirindo o terreno por iniciativa e operosidade de Sócrates Bozzini, maçon convicto, que tomou a frente da comissão encarregada da construção do Templo, terreno e Templo que ainda hoje permanecem nas mãos dos prossecutores social, ali no quarteirão oito da avenida Rodrigues Alves, tiveram início as obras edificando-se, dentro de seis meses o primeiro edifício maçônico nesta cidade, composto com cinco peças, sala de recepção, secretaria, tesouraria, Sala dos Passos Perdidos e o Salão do Templo. Com excepcional regozijo festejaram os maçons a inauguração e sagração ritualística do seu Templo com a presença de autoridades, pessoas gradas e famílias da cidade. Alegrando o ambiente muitas flores e banda de música, com banquete ao final.
                        Progredia sensivelmente a Maçonaria em Bauru adotando o rito Escocês Antigo e Aceito com a iniciação de altos funcionários ferroviários, médicos, advogados, engenheiros e pessoas da elite social que então já enriqueceram a colméia humana citadina. Com a emancipação política administrativa e instalação da comarca, 1911 Bauru marchava garbosamente para os seus destinos com augúrios de vir a ser, realmente, uma grande cidade. Os maçons sorriam com o sucesso da sociedade já então, provida de todos os elementos e utensílios inerentes aos trabalhos internos, funcionando regularmente com setenta membros. Diante do surto progressivo da entidade o Grande Oriente do Estado de São Paulo concedeu permissão para a criação da Loja Capitular para concessão de graus elevados já que o quadro da Loja antiga mais de cem iniciados.
                        A carta magna maçônica paulista que até então regulamentava as atividades funcionais das Lojas sob sua jurisdição, permitia o desdobramento das mesmas, desde que, cada uma delas contasse em seu livro de presença mais daquele número de irmãos, e que era justamente o que acontecia com a Arquitetos.
                        Almerindo Cardarelli, proprietário e redator chefe do jornal “O Bauru” adquirido dos seus fundadores, o primeiro que circulou na cidade defendendo-lhe os interesses, com espírito de progresso que orientava as suas atividades, teve a iniciativa, juntamente com Nicolino Roselli, Agusto Barbosa de Moraes e Argemiro dos Santos, fundando a “Loja Ormuz”, em uma reunião realizada na redação daquele jornal, na noite de 13 de maio de 1917, quando solicitaram a regulamentação dos trabalhos pelo rito moderno. Obtida a concessão da Potência Maior, o Grande Oriente do Brasil, foi a mesma reconhecida em 20 de maio de 1918. A primeira diretoria desta Loja: Venrável, Almerindo Cardarelli; 1o vigilante, Nicolino Roselli; 2o vigilante, João Alves Machado; orador, dr. Francisco Carneiro Giraldes; secretário, Jacy Gomide; tesoureiro, Tiburtino Grilo; chanceler, Augusto João Costa; hospitaleiro, João Poletti; mestre de Cerimônia, André D’ Ávila; adjunto de Orador, Miguel Ruiz; adjunto de secretário, Gabriel Cara Ruiz; 1o esperto, Antonio Augusto de Faria; 2o esperto, Casemiro Onofrilo; 3o esperto, Dante Cassiani; arquiteto, Marques Godinho; Cobridor, Raquel Lombardi; porta espada, Emílio Volpini; porta estandarte, João simonetti; mestre de basquete, Américo Cariani; representante junto a Soberana Assembléia do Grande Oriente do Estado de São Paulo, Augusto Barbosa de Moraes. Recebendo o título capitular em 14 de junho de 1922 passou esta Loja a trabalhar no Rio Escocês Antigo e Aceito, funcionando muito tempo em um prédio de aluguel situado na esquina da rua Costa Ribeiro (hoje Presidente Kennedy) com a Antonio Alves. O articulista destas linhas iniciou-se nesta Loja em 16 de maio de 1923. Pela sua assiduidade aos trabalhos e estudos e questões maçônicas alcançou, depois de passar por vários cargos, o veneralato, chegando ao Conselho de Kadosch, hoje membro do Venerável Colégio, das Grandes Lojas do Estado de São Paulo.
                        O engenheiro Orozinho Soares Nogueira e o comerciante Frank de Barros Monteiro, residente na capital e membros ativos do Conselho do Grande Oriente do Estado de São Paulo e que haviam sido veneráveis da entidade local, tendo tido notícia do desdobramento da Loja Arquitetos vieram a Bauru para conhecer as ocorrências. Entrando em contato com os irmãos bauruenses, expondo as razões que não permitiam aquela situação, conseguiram a unificação de ambas sob um só distintivo que passou a ser desde então – Loja Maçônica Arquitetos de Ormuz – desenvolvendo uma atividade mais ampla no campo dos interesses sociais. Passaram-se os tempos. O único corpo maçônico da localidade progredia sensivelmente com o aumento do quadro de seus obreiros e solução dos problemas inerentes a vida social. Na gestão presidencial de Carlos F. de Paiva verificou-se um novo desligamento. Olmes Berriel, Miguel Gimenez, Toledo Piza, Mendes de Almeida, desejam conhecer um novo rito. Não conseguindo a mudança do que nele trabalhavam resolveram fundar outra Loja. No dia 24 de outubro de 1947 reunidos nas dependências da Arquitetos de Ormuz, lançaram as bases da nova entidade com o título distintivo de – “Loja Roosevelt” – com o rito Moderno ou Francês com a seguinte diretoria provisória: Venerável, Rodolpho Penteado; 1o vigilante, Ladislau Grisinsk; 2o vigilante, Olmes Berriel; Orador, Mendes de Almeida; secretário, Benedito Castro Luz; tesoureiro, Miguel Gimenez; e cobridor, Toledo Piza, aliciando irmãos simpáticos a iniciativa e iniciando profanos, a nova ordem maçônica bauruense tornou-se concreta no seu desiderato. Inconciliáveis os dois ritos para o trabalho no mesmo Templo, a Roosevelt passou a trabalhar em vários locais até que um maior número de associados lhe fosse favorável à construção da casa própria. Reuniram-se então, primeiramente no prédio da Associação dos Contabilistas, depois em Agudos, em Pederneiras e na Oficina Colombo do irmão Gimenez.
                        Diante das dificuldades de um local próprio, surgiu a idéia de construção do prédio próprio que tomando corpo foi conseguido na gestão profícua do venerável José Tonon que não descansou enquanto não viu o edifício levantado em condições de ser usado convenientemente. A data do Breve Constitutivo da Loja traz o número 1.238 é de 11 de outubro de 1948 e a data oficial da fundação é de 31 de outubro de 1947 e o seu Regimento Interno aprovado pelo Conselho Estadual em 28 de junho de 1952.
                        Descontentes com o acontecimento, prestigiados pelos poderes centrais, 68 elementos da entidade deixaram as colunas passando-se para outra potência, ou seja, para as Grandes Lojas do Estado de São Paulo, fundando a Loja Maçônica Arquitetos de Ormuz n. 76, que teve vida efêmera em virtude de um processo de ilegalidade movido pelo Grande Oriente de São Paulo.
                        Recalcitrantes em seus direitos de vida idealística, os maçons não ensarrilham suas armas na adversidade, daí o ressurgimento de uma nova sociedade maçônica nesta cidade.

(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)

9 comentários:

  1. Respostas
    1. Existem mais de um jeito se tornar um maçom, no entanto, é necessário que se entenda algumas coisas antes e pra isso é importante conhecer algum maçom pra conversar ou ir a uma loja e dizer sobre seu desejo. Ao compreender a filosofia da maçonaria lhe serão feitas muitas perguntas e terá que se enquadrar em alguns requisitos. Ser maçom implica muitas coisas importantes e se isso não estiver claro pode não ser aceito. ps.: se você for mulher haverá um dificuldade um pouco maior e neste caso é necessário se informar direitinho, boa sorte...

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    1. Existem mais de um jeito se tornar um maçom, no entanto, é necessário que se entenda algumas coisas antes e pra isso é importante conhecer algum maçom pra conversar ou ir a uma loja e dizer sobre seu desejo. Ao compreender a filosofia da maçonaria lhe serão feitas muitas perguntas e terá que se enquadrar em alguns requisitos. Ser maçom implica muitas coisas importantes e se isso não estiver claro pode não ser aceito. ps.: se você for mulher haverá um dificuldade um pouco maior e neste caso é necessário se informar direitinho, boa sorte...

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  3. meu tio foi macon em bauru , muitos anos atras, depois foi para goinai, estou precisando muito de um apoio , será que existe alguma maneira de ser ajudada, por vcs?,

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  4. Gostaria de me tornar maçon como posso fazer para me tornar uma maçon?

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  5. Me dedicarei inteiramente com seriedade e dedicação. Sempre estudarei e me entregarei de corpo e alma aos estudos e sempre estarei engajada.

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  6. Me dedicarei inteiramente com seriedade e dedicação. Sempre estudarei e me entregarei de corpo e alma aos estudos e sempre estarei engajada.

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  7. Como faço para ser um membro da macmaçona queria muito participar das reuniões e me iniciar

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