sexta-feira, 13 de abril de 2012

As Lojas Maçônicas em Bauru 2ª Parte


Profª Marcia Regina Nava Sobreira




As Lojas Maçônicas em Bauru (II)


                        Prosseguimos com o histórico sobre a maçonaria em Bauru, transcrevendo o artigo do ex-maçon Carlos Fernandes de Paiva:
                        “Tranqüilo e sem maior novidade corria o ano de 1958. Chateaubriand Giraldes, membro das Grandes Lojas do Estado de São Paulo, sabedor do ocorrido, apressou-se a vir a Bauru, entrando em contato com os insatisfeitos. Algumas reuniões foram promovidos em locais diferentes, coordenando-se trabalhos para levar a efeito a instituição de uma nova entidade à sombra daquela potência maçônica.
                        Na tarde de 26 de junho de 1958, na residência do irmão Manuel Sebastião, com o comparecimento de Amador dos Santos Fernandes e Chateaubriand Giraldes, das Grandes Lojas e irmãos bauruenses interessados, em reunião preparatória ficou designada a data de 5 de julho do mesmo ano para a instalação da nova loja, o que se deu nesta noite, no estabelecimento comercial “Móveis Zats”, desta cidade. Eleita então a diretoria provisória que ficou assim constituída: - “Venerável interino, Dr. Dirço Durval dos Santos; 1o vigilante, Paulo Paschoal; 2o vigilante, dr. Antonio Augusto Dalquimim; orador, Antonio Jonas Antero dos Passos; secretário, tenente Eurípedes Mineiro de Melo; tesoureiro, Luiz Lopes de Carvalho; chanceler, Cromâncio Alves Bastos e cobridor, Wilson Carvalho Viana. Empossada esta diretoria provisória pelos representantes das Grandes Lojas, falaram diversos oradores com palavras congratulatórias entre si, jubilosos pelo início de uma nova jornada maçônica neste Oriente, ficando designada a segunda reunião para o dia 9 de julho seguinte durante a qual, além do plano de trabalho delineado pela Diretoria foi expedido prancha solicitando a potência maior a Carta Constitutiva provisória. Reinando muito entusiasmo entre os componentes da agremiação, cada qual concorreria de conformidade com suas posses para a composição do recinto dos trabalhadores que eram realizados ora num, ora noutro local, até que se conseguiu fixar o Templo num salão de propriedade do dr. Ângelo Pagoto, onde foi montado com todos os requisitos exigidos e onde também foram feitas as primeiras iniciações e filiações pela Loja 1o de Agosto n. 101, sob os auspícios das Grandes Lojas do Estado de São Paulo, depois de regularizada pela comissão composta dos irmãos Francisco Rorato, Theobaldo Varoli, Amador dos Santos Fernandes, grandes dignidades central.
                        Lançadas as bases para a construção do edifício próprio, organizadas as comissões de trabalho com os irmãos Feliciano Costa, Manuel Sebastião, Paulo Paschoal, à frente, não foi pequena a tarefa, muito árdua foi ela, entretanto o resultado foi excelente e a vitória sorriu aos maçons da 101 que hoje está comodamente instalado num bem construído  prédio, embora modesto com todas as dependências necessárias para os serviços semanais e em seu elegante e bem organizado Templo tem-se organizado além de outras de caráter interno, sessões brancas de adoção de lowtons e cívicas de comemorações de datas nacionais com presença de autoridades, pessoas gramas e exma famílias.
                        O primeiro Mestre instalado desta ordem, foi o irmão Paulo Paschoal; os primeiros afilhados foram Mário Márcio Martinez, Wagner Costa e Silva, Richard Zatz e Jamilson Lima Passos, em sessão branca realizada no dia 21 de dezembro de 1960, Sob o palio filantrópico maçônico desenvolve suas atividades no campo assistencial a – “Triângulo das Acácias” agremiação formada pelas senhoras dos obreiros da Loja, incansáveis de dedicação junto aos necessitados.
                        Há dois anos mais ou menos, 1970, por iniciativa do sr. Joaquim Augusto Costa, maçon de elevado grau filosófico, reunindo irmãos afastados de outras entidades, foi fundada a Loja “União” e o rito escolhido foi o “York”, trabalhando na sede da Loja “Arquitetos de Ormuz” que continua em atividades depois de passar para Rio Escocês Antigo e Aceito, obediente ao Grande Oriente do Estado de São Paulo.
                        Haverá quem se surpreenda ao ler esta crônica em que se dá a notícia da existência Loja Maçônica exclusivamente de senhoras, nesta cidade. Pois as mulheres também têm vez na maçonaria. É uma entidade nova, fundada a pouco mais de seis meses (dia 21 de abril de 1972) com o título “Loja Maçônica Igualdade 7”, filiada à potência denominada Franco Maçonaria Mixta do Estado de São Paulo, com sede na capital. Esta nova unidade maçônica está sob a orientação da senhora Eneida Sampieri, funcionando em um galpão, da rua 1o de Agosto, fundos do prédio Sampieri, provisoriamente, pois a entidade trabalha no sentido de construir brevemente o seu templo próprio já que conta em seu seio com bom número de iniciadas e em vista de novas adeptas cujos processos já estão em preparo. A Sociedade Franco Maçonaria Mixta do Estado de São Paulo, não tem nenhuma ligação com as demais potências, “Grande Oriente do Estado de São Paulo” e “Grandes Lojas do Estado de São Paulo”.
                        Assim é que em Bauru funcionam sob os auspícios do Grande Oriente do Estado de São Paulo, as Lojas “Roosevelt”, “Arquitetos de Ormuz”, “União” e “Noroeste do Brasil”, sob os jas, a 1o de Agosto n. 101, e filiada a “Franco Maçonaria Mixta do Estado de São Paulo” a “Igualdade 7”...
                        A Loja Maçônica Noroeste do Brasil foi fundada na cidade de Jacutinga hoje Avaí em 1915. O jornal “O Commercio de Bauru” de 19 de dezembro de 1915, fez uma reportagem sobre a cerimônia de inauguração ocorrida em 14 de dezembro após 6 meses mais ou menos de sua fundação.
                        O jornal noticiou... “Especialmente para esse fim, vieram de São Paulo os Srs. Coronal Arthur da Graça Martins, Grão Mestre, Adelmo Pellegrini, Grande Secretário, Cap. Pedro Mais, Grande Tesoureiro, Cap. Ulysses Ramos, representantes da Assembléia e Antônio Giusti, membro de Conselho de Kadosh e redator da “Revista Maçônica” todos do grande Oriente de São Paulo.
                        Essas autoridades do Grande Oriente de São Paulo, as 6 horas da tarde, precedidos da banda de música “Internacional”, e dos membros da “Loja Arquitetos de Bauru”, com os respectivos estandartes, e representantes da nossa imprensa, partiram de trem especial para Jacutinga, onde foram recebidos, às 8 horas e dez minutos pelos membros da nova Loja Noroeste, com o seu estandarte, a banda “Lyra Pirajuhyense”, e grande quantidade de povo.
                        Formou-se então importante préstito, que se dirigiu para o templo provisório da “Loja Noroeste”, onde se realizou a sessão de instalação.
                        Depois desta, todos os maçons e profanos convidados, se dirigiram para o bar do cinema, onde se efetuou um laudo banquete, fazendo ao champagne, uso da palavra, Snr. João Pucciarelli, que saudou, em nome das altas autoridades do “Grande Oriente de São Paulo”, a imprensa profana, representada pelo Snr. Almerindo Cardarelli, de “O Bauru”, a Américo Coutinho e Argemiro dos Santos de “O Commercio de Bauru”. Respondeu o nosso companheiro Snr. Argemiro dos Santos.
                        O Snr. Antônio Giusti, saudou também a imprensa profana e a Maçonaria Brasileira.


(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)

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