Profª Marcia Regina Nava Sobreira
As Lojas Maçônicas
em Bauru (II)
Prosseguimos
com o histórico sobre a maçonaria em Bauru, transcrevendo o artigo do ex-maçon
Carlos Fernandes de Paiva:
“Tranqüilo e sem maior
novidade corria o ano de 1958. Chateaubriand Giraldes, membro das Grandes Lojas
do Estado de São Paulo, sabedor do ocorrido, apressou-se a vir a Bauru,
entrando em contato com os insatisfeitos. Algumas reuniões foram promovidos em
locais diferentes, coordenando-se trabalhos para levar a efeito a instituição
de uma nova entidade à sombra daquela potência maçônica.
Na tarde de 26 de junho
de 1958, na residência do irmão Manuel Sebastião, com o comparecimento de
Amador dos Santos Fernandes e Chateaubriand Giraldes, das Grandes Lojas e
irmãos bauruenses interessados, em reunião preparatória ficou designada a data
de 5 de julho do mesmo ano para a instalação da nova loja, o que se deu nesta
noite, no estabelecimento comercial “Móveis Zats”, desta cidade. Eleita então a
diretoria provisória que ficou assim constituída: - “Venerável interino, Dr.
Dirço Durval dos Santos; 1o vigilante, Paulo Paschoal; 2o
vigilante, dr. Antonio Augusto Dalquimim; orador, Antonio Jonas Antero dos
Passos; secretário, tenente Eurípedes Mineiro de Melo; tesoureiro, Luiz Lopes
de Carvalho; chanceler, Cromâncio Alves Bastos e cobridor, Wilson Carvalho
Viana. Empossada esta diretoria provisória pelos representantes das Grandes
Lojas, falaram diversos oradores com palavras congratulatórias entre si,
jubilosos pelo início de uma nova jornada maçônica neste Oriente, ficando
designada a segunda reunião para o dia 9 de julho seguinte durante a qual, além
do plano de trabalho delineado pela Diretoria foi expedido prancha solicitando
a potência maior a Carta Constitutiva provisória. Reinando muito entusiasmo
entre os componentes da agremiação, cada qual concorreria de conformidade com
suas posses para a composição do recinto dos trabalhadores que eram realizados
ora num, ora noutro local, até que se conseguiu fixar o Templo num salão de
propriedade do dr. Ângelo Pagoto, onde foi montado com todos os requisitos
exigidos e onde também foram feitas as primeiras iniciações e filiações pela
Loja 1o de Agosto n. 101, sob os auspícios das Grandes Lojas do
Estado de São Paulo, depois de regularizada pela comissão composta dos irmãos
Francisco Rorato, Theobaldo Varoli, Amador dos Santos Fernandes, grandes
dignidades central.
Lançadas as bases para a
construção do edifício próprio, organizadas as comissões de trabalho com os
irmãos Feliciano Costa, Manuel Sebastião, Paulo Paschoal, à frente, não foi pequena
a tarefa, muito árdua foi ela, entretanto o resultado foi excelente e a vitória
sorriu aos maçons da 101 que hoje está comodamente instalado num bem
construído prédio, embora modesto com
todas as dependências necessárias para os serviços semanais e em seu elegante e
bem organizado Templo tem-se organizado além de outras de caráter interno,
sessões brancas de adoção de lowtons e cívicas de comemorações de datas
nacionais com presença de autoridades, pessoas gramas e exma famílias.
O primeiro Mestre
instalado desta ordem, foi o irmão Paulo Paschoal; os primeiros afilhados foram
Mário Márcio Martinez, Wagner Costa e Silva, Richard Zatz e Jamilson Lima
Passos, em sessão branca realizada no dia 21 de dezembro de 1960, Sob o palio
filantrópico maçônico desenvolve suas atividades no campo assistencial a –
“Triângulo das Acácias” agremiação formada pelas senhoras dos obreiros da Loja,
incansáveis de dedicação junto aos necessitados.
Há dois anos mais ou
menos, 1970, por iniciativa do sr. Joaquim Augusto Costa, maçon de elevado grau
filosófico, reunindo irmãos afastados de outras entidades, foi fundada a Loja
“União” e o rito escolhido foi o “York”, trabalhando na sede da Loja
“Arquitetos de Ormuz” que continua em atividades depois de passar para Rio Escocês
Antigo e Aceito, obediente ao Grande Oriente do Estado de São Paulo.
Haverá quem se
surpreenda ao ler esta crônica em que se dá a notícia da existência Loja
Maçônica exclusivamente de senhoras, nesta cidade. Pois as mulheres também têm
vez na maçonaria. É uma entidade nova, fundada a pouco mais de seis meses (dia
21 de abril de 1972) com o título “Loja Maçônica Igualdade 7”, filiada à
potência denominada Franco Maçonaria Mixta do Estado de São Paulo, com sede na
capital. Esta nova unidade maçônica está sob a orientação da senhora Eneida
Sampieri, funcionando em um galpão, da rua 1o de Agosto, fundos do
prédio Sampieri, provisoriamente, pois a entidade trabalha no sentido de
construir brevemente o seu templo próprio já que conta em seu seio com bom
número de iniciadas e em vista de novas adeptas cujos processos já estão em preparo. A Sociedade
Franco Maçonaria Mixta do Estado de São Paulo, não tem nenhuma ligação com as
demais potências, “Grande Oriente do Estado de São Paulo” e “Grandes Lojas do
Estado de São Paulo”.
Assim é que em Bauru
funcionam sob os auspícios do Grande Oriente do Estado de São Paulo, as Lojas
“Roosevelt”, “Arquitetos de Ormuz”, “União” e “Noroeste do Brasil”, sob os jas,
a 1o de Agosto n. 101, e filiada a “Franco Maçonaria Mixta do Estado
de São Paulo” a “Igualdade 7”...
A Loja Maçônica Noroeste
do Brasil foi fundada na cidade de Jacutinga hoje Avaí em 1915. O jornal “O
Commercio de Bauru” de 19 de dezembro de 1915, fez uma reportagem sobre a
cerimônia de inauguração ocorrida em 14 de dezembro após 6 meses mais ou menos
de sua fundação.
O jornal noticiou...
“Especialmente para esse fim, vieram de São Paulo os Srs. Coronal Arthur da
Graça Martins, Grão Mestre, Adelmo Pellegrini, Grande Secretário, Cap. Pedro
Mais, Grande Tesoureiro, Cap. Ulysses Ramos, representantes da Assembléia e
Antônio Giusti, membro de Conselho de Kadosh e redator da “Revista Maçônica”
todos do grande Oriente de São Paulo.
Essas autoridades do
Grande Oriente de São Paulo, as 6 horas da tarde, precedidos da banda de música
“Internacional”, e dos membros da “Loja Arquitetos de Bauru”, com os
respectivos estandartes, e representantes da nossa imprensa, partiram de trem
especial para Jacutinga, onde foram recebidos, às 8 horas e dez minutos pelos
membros da nova Loja Noroeste, com o seu estandarte, a banda “Lyra
Pirajuhyense”, e grande quantidade de povo.
Formou-se então
importante préstito, que se dirigiu para o templo provisório da “Loja
Noroeste”, onde se realizou a sessão de instalação.
Depois desta, todos os
maçons e profanos convidados, se dirigiram para o bar do cinema, onde se
efetuou um laudo banquete, fazendo ao champagne, uso da palavra, Snr. João
Pucciarelli, que saudou, em nome das altas autoridades do “Grande Oriente de
São Paulo”, a imprensa profana, representada pelo Snr. Almerindo Cardarelli, de
“O Bauru”, a Américo Coutinho e Argemiro dos Santos de “O Commercio de Bauru”.
Respondeu o nosso companheiro Snr. Argemiro dos Santos.
O
Snr. Antônio Giusti, saudou também a imprensa profana e a Maçonaria Brasileira.(Diário de Bauru de 06/10/1991 a 01/12/1991)
Nenhum comentário:
Postar um comentário