quinta-feira, 31 de maio de 2012

Câmara homenageia feirante com Moção de Aplauso

  O senhor Manoel Ulisses do Carmo, com 77 anos de idade, recebeu nesta segunda, feira (28/05), Moção de Aplauso, homenagem que partiu do vereador Moisés Rossi. "Seu Manoel", como é conhecido entre os colegas feirantes trabalha nas feiras livres da cidade, há  54 anos. Levanta todos os dias às 3h30, quando começa suas atividades. Só folga às quintas-feiras.

 O vereador Moisés Rossi pontuou que "o senhor Manoel é o digno representantes de todos os feirantes bauruenses, que trabalham com muito amor e dedicação, em um ambiente acolhedor e familiar, marcado pela qualidade dos produtos e pelo indispensável pastel, permitindo que a população tenha momentos de bem-estar em meio ao atropelo que o ritmo de vida atual nos traz".



O feirante Manoel Ulisses do Carmo recebeu Moção de Aplauso do vereador Moisés Rossi. (Foto: Pedro Romualdo)

Por Adão Nereu e Pedro Romualdo em 28/05/2012

domingo, 13 de maio de 2012

13 de maio


Profª Marcia Regina Nava Sobreira


A comemoração da  data do dia 13 de Maio tem passado por mudanças de mentalidade. Hoje promove-se uma reflexão através de palestras, exposições, seminários e debates com a finalidade de analisar o movimento histórico antes da abolição e procura avaliar a situação real dos negros na sociedade brasileira enquanto cidadão. Não se exalta mais a figura da princesa Isabel como redentora, mas sim dos verdadeiros lideres na luta contra a opressão e a escravização do negro, como Zumbi e a organização dos quilombos, símbolo da resistência e de conquista do espaço do negro como homem livre, como nos retrata o texto abaixo:
“[...]. Segundo o prof. Ricardo Alexino Ferreira...’para o povo negro é mais importante a conquista de Zumbi do que o ato da princesa justamente porque era isso que ela queria: uma comem
oração.
            ...Os quilombos mudam a idéia de que o negro era um ser passivo frente à escravidão.’
       20 de novembro.   A data marca a morte de Zumbi (que era contra o sistema vigente, dominado pelos brancos) – o dia 13 de Maio passa então a ser repudiado pelo movimento negro. ‘E apenas uma data para reflexão’...
        ...A marca da pele -  são mais de cem anos de abolição. Entretanto, a escravidão marcou tanto o imaginário da sociedade brasileira que até hoje são percebidos os reflexos.
        ...’As teorias evolucionistas, que surgem nas época da abolição, reforça o preconceito’...
          Para ele, quando essas análises são feitas do ponto de vista sociológico, verifica-se que o contingente de negros que foram libertados sem um plano de resgate social é responsável  pelo comportamento dos escravos. ‘Eles acabam sendo marginalizados’.
        A mudança foi brusca. Os ex-escravos são obrigados a encarar uma sociedade em mudanças. Éssas pessoas têm o estigma da escravidão que não permite que consigam nada naquele momento. Por isso, passam a se prostituir, a beber e roubar’.

“Negro é um termo político, diz professor”

           Os símbolos da cultura afro-brasileira também mostram o preconceito vigente no Brasil...
          ‘ A sociedade reservou alguns lugares para colocar o negro. Ele pode fazer samba, pode dançar e jogar futebol, mas não pode ser doutor’. Daí surgem diversas expressões pejorativas envolvendo os negros “denegrir a imagem”, “período negro”, “Ter um pé na cozinha”... inconscientemente reforçam o preconceito.
             É um mascaramento do racismo. Por isso o Brasil  tem uma das sociedades mais cruéis do mundo. Ela tenta esconder sua pior chaga quer é a escravidão... o termo negro é o que deve ser usado para se referir a pessoas de pele escura. ‘É um termo político, de tomada de consciência. Não depende da cor  da pele. Não existe esse negócio de mulato.’ (PELE negra: marca que a princesa não apagou. Diário de Bauru. Bauru, 12 maio 1996, p. 29 (Caderno Cultura)
               Um exemplo de conscientização popular é a realização de eventos junto às escolas, instituições e sindicatos, no sentido de preservar os direitos iguais garantido pela constituição do Brasil, dentro da sociedade.
          Algumas instituições religiosas têm apoiado os movimentos de valorização do negro, incluindo em suas campanhas a pessoa do negro, para a discussão do papel do negro na sociedade atual.
         
Na Constituição atual de 1988, em seu artigo 5º, inciso XLII, determina que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível sujeito a pena de reclusão nos termos da lei.
                  .
     No entanto, sobre  os negros existe uma pesada carga de preconceito e racismo que muitas vezes velada, mas não escondida apareça quando da análise de sua situação política , econômica e social no Brasil
O índice de analfabetismo do brasileiro é alto e se verificarmos entre os grupos negros, poderemos constatar que seu índice de vivência familiar, econômica, funcional e especialidade é baixíssimo.
A maioria da população negra no Brasil, vive em condições inferiores em todos os sentidos. Sua renda mensal é  igual  ou abaixo do salário mínimo da região.

Todavia, nas artes (rádio, televisão, teatro, pintura) e nos esportes, especificamente no futebol, o negro tem-se projetado.

São poucos os sacerdotes e os pastores de cor negra. Na política são quase inexistentes. No funcionalismo público sua percentagem de participação não ultrapassa 2%.
A miscigenação é bastante praticada no Brasil, embora é muito combatida por grupos negros que acreditam estar havendo um genocídio do negro através deste processo, porém temos que lembrar que os brancos também sofrem o mesmo efeito.
                  A aceitação do negro em seus novos papéis econômicos, inclusive com ascensão a cargos através de cursos universitários, depende diretamente da concepção que o branco e os próprios negros elaboram a respeito de si  na nova ordem social.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

LEITURA DE DOCUMENTOS E A PRODUÇÃO HISTÓRICA


  Marcia Regina Nava Sobreira

RESUMO

O presente estudo visa demonstrar  como fazer a leitura e interpretação de documentos de diferentes  suportes utilizando-os como recurso didático para que o ensino de História seja mais participativo e dinâmico entre alunos e professores. Descreve algumas técnicas de  coletas de dados mais comuns para serem utilizados pelos professores na construção da história local,  em seus vários aspectos relacionados com acontecimentos do presente e passado do contexto histórico nacional e internacional.

Unitermos: documentos históricos, história local, educação, métodos


INTRODUÇÃO


Por muito tempo as práticas pedagógicas se pautaram por metodologias nas quais os professores expunham os conteúdos e os alunos reproduziam sem terem espaços para criar, analisar e muito menos expor suas idéias, num ambiente onde o aluno ouvinte predominava. Hoje os objetivos são outros de se formar pessoas criticas participantes do processo de transformação político social questionando a realidade, formulando problemas e com capacidade de apresentar possíveis soluções.
Para tal é preciso haver uma mudança de metodologias que permitam que os alunos possam compreender o mundo a partir do estudo  da microhistória  para macro história. A questão é que para isso é necessário buscar novas fontes de pesquisa que possam retratar com maior fidelidade a realidade vivida pelo aluno.
Verificamos que existe uma carência na formação acadêmica dos professores que atuam no Ensino Fundamental e Médio quanto a identificação e utilização de diferentes fontes de pesquisa como instrumentos didáticos no ensino de História.
Desta forma o presente estudo visa fornecer  subsídios para os educadores realizarem a leitura e análise de  fontes de pesquisa que poderão serem utilizadas na produção do conhecimento sobre a  história local.

PRATICAS EDUCATIVAS

 As praticas educativas nas Escolas tem se voltado para resgatar e valorizar a história das comunidades, nas grades curriculares depois de muito tempo voltadas para questões da chamada macro-história muitos destes temas distantes da realidade do aluno.

Deste modo muito   se perdeu de nossas raízes. E esta volta as origens é necessária para o desenvolvimento da cidadania.  Os educadores precisam ser orientados de como fazer o estudo da história da comunidade local e como está esta inserida no contexto nacional e internacional. Para isso há necessidade de se escolher métodos adequados para que o trabalho tenha bons resultados e cumpra os objetivos propostos.

              Dos objetivos gerais do Ensino Fundamental para História indicados nos Parâmetros Curriculares Nacionais  destacamos:
          “Saber utilizar diferentes fontes  de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos” e questionar a realidade formulando-se problemas e tratando, de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise critica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.”
           

Neste sentido uma das estratégias é a utilização de documentos de diversos suportes que possam ser coletados na própria comunidade envolvida para que possam ser  estudados de forma que sirvam não só como fonte de pesquisa , mas parte do arquivo histórico desta comunidade.

           

             Para isso ,  primeiro é preciso que os profissionais da educação possam trabalhar com diferentes documentos e retirar deles as informações selecionadas para junto com os alunos a comunidade construir a história local e aproveitar todo potencial que a população e o bairro pode oferecer relacionando-se com a urbanização da cidade.


           Desta forma os educadores  poderão contribuir para a reconstrução de uma escola mais dinâmica e inserida em sua comunidade que vive. Além de colaborar para a formação da consciência histórica de jovens dando-lhe condições de entendendo a comunidade em que vive, em suas raízes, lutar pela melhorias de condições de vida desta.          


Escrever a História local juntos.


Muitos pensam que somente aos historiadores pertencem a tarefa de estudar e escrever a história das sociedades. No entanto, não podemos esquecer  que quem faz a história são os indivíduos que juntos formam o grupo social que por sua vez serão cidadãos que constituem-se num povo responsável  por cada momento histórico de um país.


Callai (1988) defende a participação ativa dos alunos para a  formação da cidadania:
                                “Os alunos precisam Ter a consciência de que devem vivênciar sua própria história, as      transformações que ocorrem através de ações de cada um, na dinâmica do cotidiano e sua relação entre o passado, presente e futuro.
                              “Estudar o local é muito importante para o aluno, pois ali ele “conhece tudo, ele sabe o que existe, o que falta, como são as pessoas, como estão organizadas as atividades, como é o espaço...”

         No entanto verificamos uma série de limitações em nossa sociedade para a preservação da documentação existente que forma nosso patrimônio histórico cultural dificultando a permanência de memória e a história e consequentemente a falta de identidade de um povo trazendo uma perda na qualidade de vida das pessoas.
        Para que haja mudança nesta situação  e a  conservação da memória e da história  é necessário que a Escola seja agente desta transformação através de métodos que realmente possam estimular alunos e professores para que aconteça  ensino com aprendizagem da história local, num ambiente multidisciplinar. Trabalho em que todos sejam autores deste processo.
          São vários os meios que podem ser utilizados, iremos apontar alguns caminhos que poderão ser trilhados e ampliados na busca de territórios onde a população adquira uma consciência coletiva não apenas de seus valores, como também da descoberta, manutenção e melhoria dos modos de vida dessa comunidade.

Fontes históricas


O ser humano sempre sentiu a necessidade de registrar os acontecimentos do seu cotidiano principalmente para poder transmití-lo para os outros individuos do grupo, antes mesmo do desenvolvimento da escrita. Os primeiros relatos foram grafados em cavernas com materiais fornecidos pelo meio ambiente, ao seu redor, como pedaços de rochas, madeiras, ossos de animais, o carvão e outras tintas que o ser humano começou a confeccionar.
           Com  a evolução humana  houve a invenção da escrita,  responsável pela produção documental dos períodos históricos subsequentes.
            Callai e Zarth (1988)  apontam que :
De modo geral, a escola tem se limitado a ensinar história  através de livros produzidos por pesquisadores-historiadores ou, na maioria dos casos, através de manuais didáticos (...) a criança estudante e a população em geral acabam por incorporar como natural e única a visão de história que é transmitida pelos manuais didáticos...

Assim a  Pesquisa Bibliográfica é a mais comum em que o levantamento de dados é feito através de publicações em forma de livros, trabalhos acadêmicos, boletins, jornais e revistas que podem ser lidos e retiradas as idéias principais e secundárias e depois reelaboradas as idéias contidas em um novo texto redigido. Não pode se omitir a referências para tornar o trabalho sério e com credibilidade.
           
 Até a década de 1970 ainda era relativamente pequeno o número de trabalhos acadêmicos que se utilizavam dos jornais e revistas como fonte para o conhecimento da história local e nacional. Isto se explica pelo fato do pesquisador de qualquer área do conhecimento estar preocupado com a busca da verdade dos fatos, que julgava encontrar nos documentos ditos como conteúdos autênticos  que eram considerados fontes marcadas pela objetividade, neutralidade, fidedignidade, credibilidade, além de distantes de seu próprio tempo. Neste contexto os jornais não se enquadravam, pois continham fragmentos do presente, empregnados de interesses pessoais , políticos, compromissos e paixões.

O conteúdo dos jornais é bastante rico possibilitando uma série de abordagens temáticas como: questão do movimento operário, do corpo, as festas, os jovens , as mulheres, aspectos do cotidiano, etnias e outros que eram pouco estudados.

  A escravidão no Brasil é um tema muito fértil para ser estudado através de jornais de época que trazem artigos, propagandas, desenhos,  dados econômicos que podem proporcionar uma análise da situação dos negros antes, durante e depois da escravidão.

   Um segundo tipo é a pesquisa de campo  realizada quando os estudiosos vão em busca de informação fora das bibliotecas. Esta  coleta pode ser de varias formas:
Depoimento: primeiro é feita a seleção de pessoas da comunidade que serão ouvidos e gravado o registro do relatos de moradores, artistas antigos do bairro que narram como era o início de suas atividades, seu modo de vida, etc,  
Entrevista: Após seleção do tema e do entrevistado é acordado o horário , local, e é elaborado um roteiro de questões a serem feitas. Transcritas as informações obtidas , estas  devem ser apresentadas ao entrevistado para a sua aprovação. Deve-se ainda ser elaborada uma carta autorização na qual o entrevistado  autoriza o  uso das informações prestadas, principalmente em futuras publicações.
Os depoimentos e entrevistas podem ser escrito, gravado ou filmado com previa autorização do depoente.
Alberti (2005) reafirma o uso das fontes orais para se escrever a História:
“A história oral permite o registro de testemunhos e o acesso a “historias dentro da História” e , dessa forma, amplia as possibilidades de interpretação do passado”.
Coleta de documentos. Poderá ser feita através de doações de antigos moradores que possam fornecer fotografias, manuscritos, impressos, objetos museológicos, telas a óleo, gravuras etc, que poderão ser objeto de empréstimos para a organização de exposição aberta ao público ou doação na qual será reservado um local guarda e conservação deste material para consultas da comunidade estudantil e outros interessados.
Construções antigas e modernas Pode ser feito um estudo sobre as edificações do bairro, verificando se o tipo de construção, a origem, o estilo arquitetônicos, proprietários, função social, localização, etc.
Alguns itens deverão ser observados na análise dos documentos:
Texto: espécie, estado de conservação, ortografia, vocabulário, estilo de linguagem de época  e o conteúdo .
Fotografia: Estado de conservação, identificação do assunto, evento, personagem , período histórico, localização geográfica e contexto histórico.
Artigo de jornal ou revista: autor, título, publicação, data, linguagem, ortografia, vocabulário, assunto (principal e secundário, contexto histórico, linha editorial, ilustrações.
Tela a óleo e desenho: autor, título, data, tema, escola  de pintura , interpretação.
Prédios (construção-arquitetura): O que é?; Para que serve?; construtor, estilo arquitetônico, material utilizado?, Origem do material?; Onde era guardado? ;Qual a época da construção?; Quais as condições atuais? (estado de conservação) ; Como esta sendo utilizado? ; Como colocá-lo no contexto, no tempo, no espaço, condições sociais, econômicas, etc.
Objeto ( peça museologica): Forma física: ornamentos, símbolos e marcas; quem produziu e Como produziu?;  Materiais e Técnicas:  Com que foi feito?; Quem usou ou usa?; Pessoa ou Grupo social?; Significado? e Por que foi guardado?
Propaganda Comercial: Tema , publicação, data, contexto histórico, linguagem, vocabulário, mensagem direta e indireta.
Praças e Ruas: Levantamento dos patronos ou acontecimentos históricos, da histórico, localização geográfica, uso do local, características próprias, atividade social e econômica.
Para o registro das informações , poderão ser desenvolvidas atividades como visitas, conversas, entrevistas, observações de fatos e lugares, objetos e ambientes, leituras, discussões tudo orientado pelo professor.

A produção pode ocorrer através da elaboração de texto escrito ou oral, desenho, dramatização, maquete, esquema, etc. Esta será objeto de análise do aluno.

Papel social da escola


A escola, no bairro fará o papel de Centro de Memória local com participação ativa da comunidade que deverá ter a guarda, conservação e organização dos documentos para consulta.
A educadora Celia Lucena (1984) reforça a idéia do papel social da Escola:
“A escola é o local propício para transmitir a manutenção de nossa História, cultura e identidade. Urge, portanto, o repensar nossas              aulas e o material instrucional utilizado, que na maioria das vezes não reflete a cultura do aluno (...) Nós, educadores, devemos assumir uma educação voltada para a coletividade,  não discriminatória...”
     Ainda afirma que ..” o intercâmbio com                entidades  Locais, casas de cultura, museus e bibliotecas
Fornecem espaço para a soma de esforços,                            Objetivando maior dinamização no desempenho dos trabalhos...”

                 Fonseca e Ronque (2003) verificam que ...”os profissionais da educação precisam ser conscientizados da importância dos museus como instrumento de ensino e pesquisa para a construção do conhecimento dos alunos em qualquer área, através de cursos e oficinas, promovidos ou incentivados pelas diretorias de ensino, e pela realização de convênios com museus e escolas, em um trabalho conjunto de atividades extra classe....”

Outra fonte de pesquisa  pouco explorada pelos professores são os arquivos que são provas, testemunhos e informação que podem aproximar estudante-documento proporcionando aos alunos contato direto com fontes primarias e o uso de documentos para o ensino de história, dentro dos conteúdos programáticos.

Bellotto (1991) reforça a necessidade de utilização dos arquivos como recurso didático:
 “O que é preciso frisar é que a educação não pode perder as possibilidades didáticas do arquivo: tornar a história, de uma vez por todas, uma disciplina que se entenda e não que se decore. E o arquivo, se não contemplar a importante força social que lhe oferece o mundo escolar, estará perdendo a  oportunidade de contemplar melhor a sua  necessária participação na vida nacional.”

Este trabalho traz uma riqueza de temas muito grande os quais poderão estar ligados a arquitetura, a migração, a imigração, etnias, movimentos sociais, festas populares, usos e costumes, crenças religiosas, alimentação, artesanato, a vida cotidiana , as manifestações artísticas, talentos que devem ser enfocados dentro dos modelos já referidos.

CONCLUSÃO


 Os professores tem muitas opções para uma renovação na metodologia de ensino utilizando-se de documentos de diversos suportes coletados pelos próprios alunos tornando as aulas  mais participativas, dinâmicas e principalmente fazendo com que o aluno seja coautor de sua história.
No entanto não se pode perder de vista que o estudo do bairro e município não esta isolado e sim faz parte de um contexto maior, nacional e mundial para permitir a compreensão do mundo, da sociedade e do espaço, como agentes e não apenas meros espectadores.

Os arquivos e museus também são fontes de informações que podem conjuntamente com os professores e funcionários destas instituições promoverem ações de construção do conhecimento e promover o ensino e aprendizagem de qualquer tema de forma criativa e dinâmica.

REFERÊNCIAS

BELLOTTO. H. L. Arquivos Permanentes: tratamento documental. São Paulo: T. A Queiroz, 1991.

CALLAI, H. C. e ZARTH, P.  A . O estudo do município e o ensino de historia e geografia. Ijui: Unijui, 1988. (Coleção ensino de 1º Grau)

FONSECA, A .C. B e RONQUE, M. A Museu: ação educativa e cultural. Bauru: [s.n], 2003.

LUCENA, C. R. T. Na Escola, a História de seu próprio lugar. Educação Democracia.  Nº 14 , nov.1984. p.15

MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. Parâmentros curriculares nacionais: história e geografia, 3 ed. Brasileira: A Secretaria, 2001.

PINSKY, C. B. et. al . Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.



quarta-feira, 2 de maio de 2012

Técnicas de Conservação de Documentos



Profª Márcia Regina Nava Sobreira


Um dos problemas graves enfrentados pelas instituições de guarda de documentos é a questão da conservação que são medidas constantes que precisam ser tratadas com muita atenção por parte das pessoas que trabalham em arquivos, museus e bibliotecas que não devem descuidar.

                          Devemos conhecer alguns agentes que põem em risco a integridade dos documentos

1 – Agentes Externos

                 
                       A sujeira é um agente bastante comum em qualquer ambiente. Para combatê-la é necessária uma higienização periódica dos documentos.  A limpeza de superfície  feita a seco é a primeira técnica para a conservação preventiva nos acervos.
A falta dessa limpeza constante  poderá causar manchas no papel agravados pelos poluentes atmosféricos absorvidos pelo papel que aceleram a sua deterioração.
                     Para a remoção  de sujeira da superfície sem danificar o papel é recomendável o uso de pinceis, flanela macia, aspirador de pó de baixa sucção, bisturi, pinça, espátula, agulha, cotonetes e outros materiais dependendo do suporte do documento.
                      Não podemos esquecer os itens de segurança de quem vai realizar o trabalho como luvas de látex ou algodão, mascaras jalecos com mangas compridas, gorros e sapatos fechados.
             
 2- Agente sBiológicos
                
Entre os organismos que atacam os documentos , estão os insetos, como besouros, traças, cupins e baratas, e os roedores.
                Segundo a historiadora e arquivista Edith Maria da Silva as brocas ou carunchos são anóbios   pertencentes a ordem dos coleópteros Instalam-se nos livros e dão preferência a papel, trapos. A destruição é feita pelas larvas, que atacam as lombadas dos livros.
                 Os térmitas ou cupins pertencem à ordem isóptera, sendo os criptotermes, chamados cupins de madeira seca, os que perfuram os livros rumo a estantes de madeira. Sua alimentação básica é a celulose; os coptotermes , conhecidos como cupins subterrâneos, também consomem papel. De acordo com Edith os fungos proliferam em ambientes com alta umidade relativa do ar. Os fungos disseminam-se através de esporos, encontrados no ar,  e onde se instalam, formam-se manchas esbranquiçadas que mais tarde podem mudar de cor.

               Limpeza de livros

              A capa encadernada dos livros devem ser limpas com trincha, pincel macio, aspirador ou flanela macia.
                O miolo deve ser limpo com pincel, folha a folha , numa primeira higienização e deve-se oxigenar as folhas.Para cada livro é necessário um estudo preliminar de suas condições antes de aplicação de qualquer técnica.
                   
               Documentos de arquivo

              O alto grau de acidez( concentração de íons de hidrogênio maior do que íons de hidroxil numa solução aquosa – pH varia de 1 (acidez máxima) a 14 (alcalinidade máxima, sendo o pH 7 considerado neutro.) nos papeis podem ser observados por estarem quebradiços e amarelados. O excesso de manuseio também contribuem para a sua fragilidade.
               
3 – Limpeza do Espaço Físico
             
            Piso –  A forma mais adequada de limpeza do piso é com aspirador de pó, pois não espalha a poeira para outros lugares. Deve-se evitar o uso de cera ou solventes , água pois poderá alterar ainda mais o índice de umidade relativa (expressa em % entre a quantidade de vapor d àgua  contida no ar e a quantidade máxima que o ar poderá conter, à mesma temperatura.) nas salas do acervo.
            Estantes  de metal esmaltado -  Também podem ser limpas com aspirador de pó. Poderá usar uma solução de álcool a 50% + água passado com pano torcido. Em seguida passar outro pano seco.  De madeira apenas as revestidas ou de fórmica .

 4 – Materiais Utilizados em Pequenos Reparos

              Os adesivos devem ser utilizados à cola metilcelulose e à cola de amido, para reparos de suporte, e mistura de metilcelulose e PVA para reparos de encadernações.
               Os papeis mais apropriados para reparosd dos suportes são constituídos por fibras especiais ou de natureza quimicamente neutra. Exemplo disso são os de origem orientais.
                 Para a encadernação de livros, os papeis não precisam estar totalmente dentro das normas arquivisticas.
                  Geralmente é necessário um espaço próprio para a realização dos reparos com alguns materiais básicos: mesa de trabalho, pinça, papelmata-borrão, placa de vidro, peso de mármore, espátula de metal, espátula de osso, pincel chato, pincel fino,  filme de poliéster.

5 - Acondicionamento
             
               Tem como objetivo a proteção dos documentos que não se encontram em boas condições ou a proteção daqueles que serão armazenados.
                 Alguns materiais são mais recomendáveis como:
  • Papéis e cartões neutros ou alcalinos das mais variadas gramaturas;
  • Filmes de poliéster (marca Melinex ou marca Therfane/ Rodhia);
  • Fita adesiva dupla neutra;
  • Tiras ou cadarços de algodão;
  • Tubos de PVC;
  • Tecido de linho
  • Caixas, envelopes, pastas, porta-fólios
O acondicionamento deve ser planejado com muito critério de acordo com o documento, o tipo de suporte, o estado de conservação, condições de uso, manuseio e o armazenamento par depois definir o acondicionamento.
6 – Armazenamento

                 Consiste no mobiliário das salas destinado a guarda do acervo: estantes, arquivos e armários.
                   É recomendável haver uma climatização na sala do acervo com ar condicionado 24 horas, temperatura de 15 a 22 C, o uso de desumidificadores 24 horas ligados, com o controle da umidade relativa do ar entre 45 a 55%, iluminação com luz fria, sem incidir diretamente nos documentos e salas fechadas para evitar a entrada de detritos e poeira.
                   O uso de equipamentos de segurança é imprescindível como piso frio, extintores de incêndio, sensores  e forração do teto tipo fibraroc e portas corta fogo para evitar que o fogo se propague para as demais salas.
                    
                   O acervo deve ser examinado periodicamente para evitar os ataques dos insetos e os locais de armazenamento devem ter as janelas e portas sempre fechadas e o ambiente deve ser climatizado. A boa conservação evitará muitas vezes a necessidade de restauração que exigem técnicas especificas e caras.


REFERENCIA

LUCCAS, L. ; SERIPIERRI, D. Conservar para não restaurar: uma proposta para preservação de documentos em bibliotecas. Brasília: Thesaurus, 1995.

SOBREIRA, M.R.N.; RUBIN, S.M. Manual de Organização de Arquivos. Bauru: Universidade do Sagrado Coração, 1995. 58p.

Patrimônio Cultural e identidade de um povo


Profª Marcia Regina Nava Sobreira



A questão da identidade é complexa pode ter vários aspectos a serem observados.

Dominique Wolton define identidade como o caráter do que permanece idêntico a si próprio. Assim podemos compreender a identidade pessoal como a característica de um individuo de se perceber como o mesmo ao longo do tempo. O individuo construo o seu Eu quando se difere dos outros. Da identidade pessoal, passamos para identidade cultural, que seria a partilha da mesma essência entre indivíduos, o que é comum a eles. A identidade social é o conjunto de papeis desempenhados pelos sujeito por si. Esses perfis seriam construídos a partir das fórmulas dadas pela sociedade, e não criados simplesmente pela escolha individual.
Recentemente a História assim a antropologia e psicologia que já trabalhavam a questão da identidade começou a enfocar este conceito. Aí a nossa identidade surge quando evocamos uma série de lembranças. A identidade está nas diferenças. Exemplo ao dizermos que somos brasileiros é porque não somos chineses. Assim toda identidade é uma construção histórica e não existe Isolda, é sempre construída em comparação com outras identidades.
Ao estudarmos a questão da identidade  a memória esta presente. A memória como propriedade de conservar certas informações, reenviando em primeiro lugar para um conjunto de funções psíquicas, graças às quais os homens podem atualizarem impressões  ou informações passadas, que ele representam como passadas.
Deste modo a memória é um elemento essencial para a construção da identidade individual e coletiva, instrumento e um objetivo de poder que pode dominar.
O papel dos antropólogos, filósofos, geógrafos , historiadores, jornalistas , sociólogos e profissionais do turismo é a democratização fazer que a memória social ou coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens.
Um dos meios é as viagens que permitem não apenas conhecer outras realidades, mas perceber e valorizar a imensa e rica diversidade cultural brasileira. A cidadania só se constrói com o reconhecimento e respeito pelas muitas formas de se viver e de se pensar o mundo.
O turista atento á cultura apreciará melhor os emissores (pessoas) do local e seus costumes, aproveitará melhor seu lazer e poderá valorizar a diversidade cultural contribuindo para a formação de uma cidadania mais critica. Não serão apenas consumidores  passivos da cultura, mas poderão interagir com as diversas manifestações culturais.
O turismo cultural implica não apenas a oferta de espetáculos ou eventos, mas a existência e preservação de um patrimônio cultural representado por museus, monumentos e locais históricos.
O patrimônio ambiental  para sua valorização ultrapassa sua importância para a qualidade de vida das populações locais.
Alguns patrimônios reconhecidos pela UNESCO
1980- Centro histórico de Ouro Preto
1982- Olinda
1984-Ruínas Jesuíticas Guaranis de São Miguel das missões
1985-Salvador
1985- Santuário de Bom Jesus de Matozinhos
1986- Parque Nacional do Iguaçu
1987- Plano Piloto de Brasília
1997-São Luiz
1991- Parque Nossa Senhora da Capivara
1999- Reserva de mata Atlântica de São Paulo e Paraná
1999- Diamantina
       As festas devocionais do calendário católico (memória coletiva, crença, interesses materiais e espirituais e cultura popular)
  • Festas Juninas no  Sudeste ( São João, 24/6; São Pedro, 29/6 e Santo Antonio, 13/6)
  • Carnaval (fev ou mar. ) 40 dias antes da Páscoa;
  • Festa do Divino (Domingo de Pentecostes (40 dias depois da Páscoa)
  • Ciclo Natalino 24 de dez. a 6 de jan. (Presépio e Folia de Reis)
  • Festa de N.S. Aparecida (12/10)
  • Festa de N.S. da Conceição (8/12)
  • Semana Santa
  • Festa do rosário (7/10)
  • Ciro de Nazaré – segundo domingo de outubro (Belém do Pará)
Nestas festas folclóricas, existe a presença do lendário, da musica, a dança, o cortejo, o auto e o culto estão ligados a realidade das pessoas.

EVENTOS – ESPETÁCULO
Objetivo – diversão, e não a reflexão, a contemplação e a educação pela arte; produtos culturais de baixa qualidade; interesses mercadológicos (empresas patrocinadoras)
Festas, shows, festivais, espetáculos de teatro e dança e exposições, geralmente não são manifestações culturais e sim fatos e acontecimentos sociais para atrair público.
Sem fins culturais: passeio ciclístico, caminhada ecológicas , feira do livro.
O EVENTO TORNA-SE HISTÓRIA DO LOCAL E PARTE DA MEMÓRIA DA CIDADE.

Há a necessidade através do evento a democratização da cultura e das artes;
Promoção da cidadania individual e coletiva;
Entretenimento, negócios e turismo;
Elemento de revitalização do patrimônio histórico e cultural
Por meio de  palestras, oficinas, museu, cursos, debates etc.