domingo, 13 de maio de 2012

13 de maio


Profª Marcia Regina Nava Sobreira


A comemoração da  data do dia 13 de Maio tem passado por mudanças de mentalidade. Hoje promove-se uma reflexão através de palestras, exposições, seminários e debates com a finalidade de analisar o movimento histórico antes da abolição e procura avaliar a situação real dos negros na sociedade brasileira enquanto cidadão. Não se exalta mais a figura da princesa Isabel como redentora, mas sim dos verdadeiros lideres na luta contra a opressão e a escravização do negro, como Zumbi e a organização dos quilombos, símbolo da resistência e de conquista do espaço do negro como homem livre, como nos retrata o texto abaixo:
“[...]. Segundo o prof. Ricardo Alexino Ferreira...’para o povo negro é mais importante a conquista de Zumbi do que o ato da princesa justamente porque era isso que ela queria: uma comem
oração.
            ...Os quilombos mudam a idéia de que o negro era um ser passivo frente à escravidão.’
       20 de novembro.   A data marca a morte de Zumbi (que era contra o sistema vigente, dominado pelos brancos) – o dia 13 de Maio passa então a ser repudiado pelo movimento negro. ‘E apenas uma data para reflexão’...
        ...A marca da pele -  são mais de cem anos de abolição. Entretanto, a escravidão marcou tanto o imaginário da sociedade brasileira que até hoje são percebidos os reflexos.
        ...’As teorias evolucionistas, que surgem nas época da abolição, reforça o preconceito’...
          Para ele, quando essas análises são feitas do ponto de vista sociológico, verifica-se que o contingente de negros que foram libertados sem um plano de resgate social é responsável  pelo comportamento dos escravos. ‘Eles acabam sendo marginalizados’.
        A mudança foi brusca. Os ex-escravos são obrigados a encarar uma sociedade em mudanças. Éssas pessoas têm o estigma da escravidão que não permite que consigam nada naquele momento. Por isso, passam a se prostituir, a beber e roubar’.

“Negro é um termo político, diz professor”

           Os símbolos da cultura afro-brasileira também mostram o preconceito vigente no Brasil...
          ‘ A sociedade reservou alguns lugares para colocar o negro. Ele pode fazer samba, pode dançar e jogar futebol, mas não pode ser doutor’. Daí surgem diversas expressões pejorativas envolvendo os negros “denegrir a imagem”, “período negro”, “Ter um pé na cozinha”... inconscientemente reforçam o preconceito.
             É um mascaramento do racismo. Por isso o Brasil  tem uma das sociedades mais cruéis do mundo. Ela tenta esconder sua pior chaga quer é a escravidão... o termo negro é o que deve ser usado para se referir a pessoas de pele escura. ‘É um termo político, de tomada de consciência. Não depende da cor  da pele. Não existe esse negócio de mulato.’ (PELE negra: marca que a princesa não apagou. Diário de Bauru. Bauru, 12 maio 1996, p. 29 (Caderno Cultura)
               Um exemplo de conscientização popular é a realização de eventos junto às escolas, instituições e sindicatos, no sentido de preservar os direitos iguais garantido pela constituição do Brasil, dentro da sociedade.
          Algumas instituições religiosas têm apoiado os movimentos de valorização do negro, incluindo em suas campanhas a pessoa do negro, para a discussão do papel do negro na sociedade atual.
         
Na Constituição atual de 1988, em seu artigo 5º, inciso XLII, determina que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível sujeito a pena de reclusão nos termos da lei.
                  .
     No entanto, sobre  os negros existe uma pesada carga de preconceito e racismo que muitas vezes velada, mas não escondida apareça quando da análise de sua situação política , econômica e social no Brasil
O índice de analfabetismo do brasileiro é alto e se verificarmos entre os grupos negros, poderemos constatar que seu índice de vivência familiar, econômica, funcional e especialidade é baixíssimo.
A maioria da população negra no Brasil, vive em condições inferiores em todos os sentidos. Sua renda mensal é  igual  ou abaixo do salário mínimo da região.

Todavia, nas artes (rádio, televisão, teatro, pintura) e nos esportes, especificamente no futebol, o negro tem-se projetado.

São poucos os sacerdotes e os pastores de cor negra. Na política são quase inexistentes. No funcionalismo público sua percentagem de participação não ultrapassa 2%.
A miscigenação é bastante praticada no Brasil, embora é muito combatida por grupos negros que acreditam estar havendo um genocídio do negro através deste processo, porém temos que lembrar que os brancos também sofrem o mesmo efeito.
                  A aceitação do negro em seus novos papéis econômicos, inclusive com ascensão a cargos através de cursos universitários, depende diretamente da concepção que o branco e os próprios negros elaboram a respeito de si  na nova ordem social.

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