Material enviado por Henrique Perazzi Aquino
É DE JAIME PRADO TODA INFORMAÇÃO DA MATÉRIA “BANIDOS DO MUNDO”
A matéria só foi possível por sua causa e pelos documentos que conseguiu juntar ao longo dos anos. Jaime respira a história do ILSL (http://www.ilsl.br/) 24 horas por dia. Segundo ele, foram mais de dois meses de ligações contínuas, até a formatação final do texto e a transmissão via e-mail das fotos que ilustram a matéria. Um tanto polêmica, pois a matéria de um certa forma ajuda a desmistificar alguns dos personagens imortalizados pela história bauruense, com seus nomes em ruas e homenagens outras. É o caso do médico SallesGomes em um relato dele via facebook: “Esse arco que separava o acesso à colônia de isolamento do antigo Asilo-Colônia, separava os dois mundos, o sádio e o doente. Quem viveu o drama da separação sabe muito bem do que estou falando, aqui era o antigo e malfadado parlatório e foi demolido em 09/07/1945, depois de uma manifestação quando os internos se rebelaram com a conduta do carrasco dr Salles Gomes, manifestação iniciada no Sanatório Piratingui, em Itu e terminando no antigo Asilo-Colônia de Aimorés, que era conhecido no passado como Cidade Jardim, pela beleza de sua jardinagem, bem cuidada pelos próprios internos da época”.
Jaime ajuda a reconstruir uma história esquecida por muitos e que, infelizmente, ainda hoje persistem os que não demonstram interesse em contá-la da forma adequada e correta. Esse franzino e espevitado senhor, chegando forte e rijo aos 59 anos, demonstra uma vitalidade de guerreiro e uma disposição de quem tem a preservação da história da Colônia como meta de sua vida. “Tenho um material comigo requisitado por muitas instituições de fora. Tenho pouco apoio e não sei até quando conseguirei segurar tudo. Tenho 36 anos de serviços prestados ao ILSL, tive duas tias internas e hoje colaboro com o MORHAN (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase). Poucos imaginam que no auge aqui estiveram duas mil pessoas, praticamente uma pequena cidade e que o presidente Getúlio Vargas aqui esteve para inaugurar o cassino e outras instalações”, conta. Datas é com ele mesmo, tem tudo na ponta da lingua: “Essa foi a última colônia a ser construída no estado. A primeira reunião sobre o assunto ocorreu em Bauru em 25/09/1927, a construção teve início em 1928 e sua inauguração em 14/04/1933”.
O que pode ser visto na revista é só o começo. Jaime é uma falante pessoa, muito articulada e sincera nos seus atos, quer somente preservar a história ainda não revelada do lugar onde trabalha, um histórico local, diga-se de passagem. Uma apaixonante pessoa e dessas, impossível de serem ouvidas somente por alguns instantes. Suas histórias são mais do que instigantes, pois faz um trabalho, reconhecido lá fora, como o comprovado com a reportagem da revista e pouco conhecido entre os bauruenses. Para finalizar só mais um detalhe revelado por ele, esse não incluido na revista, mas tornado de conhecimento público nesses dias: “A antiga JAZZ BAND formada pelo maestro, musico, escritor, jornalista, clarinetísta, e missionário dos portadores da antiga lepra no Asilo-Colonia Aimorés, Jésus Gonçalves, um ilutsre cidadão que deixou sua história marcada desde 1933 quando foi internado na antiga colonia de isolamento”. Uma foto do agrupamento comprova o que escreve. Ele tem muito mais o que mostrar e falar. Hoje está debruçado na escrita de um revelador livro, outro motivador a lhe embalar a vida.
Fonte: http://www.mafuadohpa.blogspot.com.br/
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