sábado, 7 de janeiro de 2012

Casamento a vista e duradouro


Profª Marcia Regina Nava Sobreira

   Um desejo antigo de muitas mulheres, algumas com maior intensidade do que outras, mas sempre presente, é o sonho de encontrar o seu príncipe encantado.
   Até poucos anos as mulheres não encontravam espaço dentro da sociedade, tendo como opção de vida: ficar solteiras, ser religiosa, ou casar-se tornando dona de casa.
   No campo profissional poucas eram aquelas que conseguiam colocação e êxito, devido aos preconceitos então existentes.
   Paulatinamente as mulheres vêm conquistando um espaço nas diversas áreas profissionais.
   Abaixo uma poesia escrita por um autor desconhecido e publicada na velha imprensa de Bauru, em 1911, intitulada “Ladainha das Moças” deixando claro a aspiração de muitas moças:

                        “Milagroso São Raimundo.
                        Casador de todo mundo.
                        Dizei ao bom Santo Antero.
                        Que, em breve casar-me quero
                        Na Igreja de São Benedicto.
                        Com um moço bem bonito.

                        Lá no altar de Santa Rosa
                        Quero dar a mão de espôsa
                        A’ quelle que tanto adoro
                        Suplicando a São Theodoro
                        E também a São Henrique
                        Que bem casadinha fique

                        E pedindo a São Thomas
                        Que elle seja um bom rapaz
                        Eu voz rogo, São Manoel
                        Prolongue a lua de mel
                        E a São Francisco de Assis
                        Que me leve até Paris.

                        Permiti São Frederico
                        Que elle seja muito rico
                        Ai! Santíssima Trindade
                        Que elle me faça a vontade
                        São Francisco Xavier:
                        Que me leve onde quiser.

                        Eu vos imploro, São Bento
                        Que elle não seja ciumento
                        Meu bondoso São Jacob
                        Que elle viva por mim só;
                        Ai! Querido São Joaquim
                        Que elle morra só por mim.

                         Imploro a Santa Theresa:
     -  “Bóia fina, boa mesa...
       De joelhos, peço, Santana:
     -    Nunca tome carraspana,
       Eu voz rogo Santa Rita
     -      Com outra não faça “fita”.

       Quero morar num palácio
       Bondoso Santo Anastácio
       Ter um “Viver” em róseo
       Meu querido Santo Ambrósio
       Minha Santa Boa Ventura
       Me dê jóias com fartura

       Minha Santa Margarida
       Que me traga bem vestida
       Me leve sempre ao cinema
       Vos suplico Santa Emma
       Vos peço Santo Agostinho
       Que me dê um só filhinho.

       Também rogo a S. Gregório
       Que seja logo o casório
       Rogo a Santa Innocência
       Que não me falte paciência
       Assim como a São Caetano
       Que seja isto, já, neste anno.

Publicado no Diário de Bauru em 31/1/1988)

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