Profª Marcia
Regina Nava Sobreira
Um
desejo antigo de muitas mulheres, algumas com maior intensidade do que outras,
mas sempre presente, é o sonho de encontrar o seu príncipe encantado.
Até
poucos anos as mulheres não encontravam espaço dentro da sociedade, tendo como
opção de vida: ficar solteiras, ser religiosa, ou casar-se tornando dona de
casa.
No
campo profissional poucas eram aquelas que conseguiam colocação e êxito, devido
aos preconceitos então existentes.
Paulatinamente
as mulheres vêm conquistando um espaço nas diversas áreas profissionais.
Abaixo
uma poesia escrita por um autor desconhecido e publicada na velha imprensa de
Bauru, em 1911, intitulada “Ladainha das Moças” deixando claro a aspiração de
muitas moças:
“Milagroso
São Raimundo.
Casador
de todo mundo.
Dizei
ao bom Santo Antero.
Que,
em breve casar-me quero
Na
Igreja de São Benedicto.
Com
um moço bem bonito.
Lá
no altar de Santa Rosa
Quero
dar a mão de espôsa
A’
quelle que tanto adoro
Suplicando
a São Theodoro
E
também a São Henrique
Que
bem casadinha fique
E
pedindo a São Thomas
Que
elle seja um bom rapaz
Eu
voz rogo, São Manoel
Prolongue
a lua de mel
E
a São Francisco de Assis
Que
me leve até Paris.
Permiti
São Frederico
Que
elle seja muito rico
Ai!
Santíssima Trindade
Que
elle me faça a vontade
São
Francisco Xavier:
Que
me leve onde quiser.
Eu
vos imploro, São Bento
Que
elle não seja ciumento
Meu
bondoso São Jacob
Que
elle viva por mim só;
Ai!
Querido São Joaquim
Que
elle morra só por mim.
Imploro
a Santa Theresa:
- “Bóia fina, boa mesa...
De joelhos, peço, Santana:
- Nunca tome carraspana,
Eu voz rogo Santa Rita
- Com outra não faça “fita”.
Quero morar num palácio
Bondoso Santo Anastácio
Ter um “Viver” em róseo
Meu querido Santo Ambrósio
Minha Santa Boa Ventura
Me dê jóias com fartura
Minha Santa Margarida
Que me traga bem vestida
Me leve sempre ao cinema
Vos suplico Santa Emma
Vos peço Santo Agostinho
Que me dê um só filhinho.
Também rogo a S. Gregório
Que seja logo o casório
Rogo a Santa Innocência
Que não me falte paciência
Assim como a São Caetano
Que seja isto, já, neste anno.
Publicado no Diário de Bauru em
31/1/1988)
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