domingo, 8 de janeiro de 2012

O humor dos velhos tempos


                                                 Profª Marcia Regina Nava Sobreira

     O humor é uma característica da personalidade humana que tenta amenizar a realidade nem sempre favorável.
   Reportando-nos para a antiguidade observamos que em todos os povos existe uma  marca particular de humor, ora mais requintado ora mais sutil, expressada através da ação em forma oral e gestual, como dramatização; escrita, nos diversos gêneros; da literatura; música, como as marchas carnavalescas e nas artes plásticas.
   Na Grécia antiga temos notícias de várias dramatizações cômicas, e em Roma através dos espetáculos circenses.
   Na sociedade moderna utiliza-se dos meios de comunicação bastante rápido e de grande alcance, para a vende de produtos incluindo nestas técnicas o gênero humorístico.
   O assunto enfocado sofreu e sofre variações de acordo com o momento histórico que determinado povo estava ou está passando, sendo alvo políticos, empresas de prestação de serviços, situações econômicas, estados sociais decadentes e etc.
   É uma maneira do homem mostrar-se insatisfeito com algo ou alguém, alguma coisa que não entende se sente reprimido, usando a ironia muitas vezes como forma de agressão e válvula de escape para demonstrar seus sentimentos.
   Aqui nos deteremos num dos meios de expressão: as piadas. Estas com variações que acompanham os tempos, e muitas delas deixaram de ter graça ou significado com o passar dos anos.
   Daremos alguns exemplos típicos de 40-50 anos atrás, onde se nota algumas semelhanças e contrastes no assunto enfocado na maneira de tratar de nossa sociedade atual.

NO TRIBUNAL

O Sr. é um brutamontes! – diz o Juiz ao acusado. Afinal, por que surrou sua esposa?
-        Aconteceu, senhor juiz.
-        Aconteceu como?
-    Sim, nem sei como foi isso porque, no geral é sempre ela que me bate...

NA ESCOLA

                        O professor – O que é que muda quando a água se transforma em gelo?
                        A Jandira – O preço!

MENINO SABIDO

                        Antoninho, o que é um sinônimo? – pergunta o professor.
                        - Um sinônimo – responde o Antoninho muito sério – é uma palavra que nós empregamos quando não sabemos como se escreve a outra de sentido igual!

SINCERIDADE

                        Num escritório, o empregado para o patrão:
-        Não posso ler esta carta. A letra é péssima!
-    Parece impossível! Um burro é capaz de ler isso!.. Dê-me a carta!

BOA SAÚDE!

Um pintor, na França, conversa com o seu modelo, um velho esfarrapado e nada limpo.
- Como, então – diz o artista – o senhor está a 15 anos em Paris e nunca pensou em tomar um banho?
- Oh! respondeu o velho – Tenho uma saúde de ferro; nunca precisei tomar essas drogas que só servem para resfriar a gente...



APROVEITANDO A OPORTUNIDADE

O dono da casa aponta o revólver para o ladrão que encontra-se em baixo da cama.
- Saia! Saia, miserável, antes que te estoure os miolos! Mas antes de sair, procura aí um botão de colarinho que caiu esta manhã.

*

Certo rapaz encontrou-se com um médico, seu amigo, que, com as mãos na cabeça se queixava entre suspiros:
-          Eu preciso consultar um psiquiatra.
-          Mas você é psiquiatra, disse o outro.
-          Eu sei – foi a resposta – Mas eu cobro muito caro.

O CANDIDATO

                        O candidato – O senhor sabe bem quem eu sou, não é verdade?
                        O Eleitor – Sim doutor.
                        O candidato – Então por que não vota em mim?
                        O Eleitor – Exatamente por isso.

*

                        O professor – Cada vez que vocês respiram, morre um homem...
                        O aluno – Sinto muito, professor, mas se eu não respirar quem morre sou eu...

*
                        Um – Disseram-me que você é contrabandista.
                        Outro – Sim. Odeio a música de banda.

(Publicado no Diário de Bauru em 08/5/1988, p. 8).

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