sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sinais de progresso

Profª Marcia Regina Nava Sobreira

  Bauru, desde antes da sua emancipação política, a 1o de agosto de 1896, apresentou um desenvolvimento significativo. Isto porque vieram homens intelectualizados que se puseram à frente da administração pública e cultural da cidade, além da construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em 1906, que muito contribuiu para a povoação da cidade.
  A população crescia e com ela a necessidade de melhoramentos públicos. O recenseamento realizado pela Câmara Municipal em 1898 mostrou que o município contava com 5.730 habitantes, destes 4.141 eram brasileiros vindos de várias partes do Brasil, principalmente do Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Nordeste, e que 1.589 eram estrangeiros, 3.189 homens e 2.541 mulheres; 1.027 sabiam ler e escrever e 4.803 eram analfabetos.
  Neste caso verificou-se a existência de 62 casas, das quais, 28 na rua Araújo Leite, rua principal da povoação; 3 na praça Marechal Bittencourt, hoje com denominação de Rui Barbosa; 4 na Ezequiel Ramos; 4 na rua Municipal, hoje Saint Martin; e 23 na rua Fortaleza, que muito foi conhecida pelo nome de rua dos cachorros, atualmente rua Antônio Alves.
  Este crescimento acelerou-se nos anos seguintes, e um dos fatores que mais contribuiu para que isto acontecesse foi a existência no município da maior lavoura cafeeira do Brasil com 4 milhões de pés, naquela época.
  Vieram para Bauru, pessoas com uma formação profissional definida que se estabeleceram na cidade contribuindo para o crescimento, projeção social e do bem estar da população, como a abertura da 1a farmácia no Distrito de Bauru em 1895 pelo prático Adolpho de Oliveira Campos, que conseguiu licença do Serviço Sanitário do Estado em 11 de março de 1895, concedida pelo farmacêutico João Rodrigues de Souza responsável pelo Serviço Sanitário.
  Logo depois, no início do século XX o cel. Gerson França abriu o 2o estabelecimento deste gênero com o nome de “Pharmacia Popular” localizada na esquina das ruas Presidente Kennedy e Araújo Leite.
  Para que houvesse uma comunicação com outras localidades foi inaugurada e começou a funcionar a 1a agência de correio, no Distrito de Paz, em 1894. Esta era de 4a classe subordinada à agência de Jaú.
  As correspondências eram expedidas em todos os dias pares e nos impares eram recebidas.
  Dois dias eram necessários para que as correspondências chegassem a capital do Estado, primeiramente eram remetidas à Jaú e de lá pela Cia. Paulista de Jundiaí e desta pela antiga São Paulo Railway, de propriedade inglesa, hoje a Estrada de Ferro Santos a Jundiaí.
  No dia 31 de outubro de 1899 o diretor geral dos Correios determinou a criação da agência de Bom Jardim, hoje 1a estação depois de Agudos, vindo a depender o recebimento e a expedição das malas postais de e para o município de Bauru.
 Era responsável pelo transporte das malas postais o estafeta Domiciano Silva, um empregado que viera de Minas com Azarias Leite.
  O patrimônio de Bauru em 1888 reclamava da necessidade de uma pessoa encarregada pelo serviço de urbanização, delineamento das ruas, alinhamento das casas e outros similares.
 Para este serviço foi nomeado, em 17 de abril, pelo presidente da Câmara de Lençóis, Faustino Ribeiro da Silva, o arruador Vicente Ferreira de Faria.
  No ano anterior, pela mesma Câmara, foram nomeados, inspetores de caminhos, cuja função era a de manter abertas e cuidadas as estradas que serviam a região ou ainda abertura de novos se necessários.
  Para este trabalho foram nomeados: Domingos Luiz dos Santos e João Alves Ferreira para o quarteirão de Bauru; Policarpo de Paula Ribeiro para o de Batalha; Vicente de Castro Pereira para o de São Vicente; José Faustino de Araújo para o de Água Parada; Antônio José Prestes para o de Soturna e Francisco Antônio Prudente e Henrique Ribeiro da Silva para o campo Novo de Bauru.
  No dia 2 de março de 1908 foi instalada em Bauru a Coletoria Estadual, para facilitar os contribuintes, inclusive de Agudos.
  O primeiro coletor foi o capitão Carlos Augusto de Araújo, que mais tarde foi substituído por Octaviano Pinto Ribeiro.
  Neste mesmo ano foi nomeado o coletor Federal, o capitão João Affonso de Carvalho que foi substituído por Hermínio Pinto, o qual por motivo de seu falecimento, foi substituído pela viúva Leonilda Pinto.
  Este dois últimos foram os pais de Casimiro Pinto Neto, o inventor do sanduíche Bauru.

(Publicado no Diário de Bauru em 24/1/1988,).

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