Profª Marcia Regina
Nava Sobreira
Bauru, desde antes da sua emancipação
política, a 1o de agosto de 1896, apresentou um desenvolvimento
significativo. Isto porque vieram homens intelectualizados que se puseram à
frente da administração pública e cultural da cidade, além da construção da
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em 1906, que muito contribuiu para a
povoação da cidade.
A
população crescia e com ela a necessidade de melhoramentos públicos. O
recenseamento realizado pela Câmara Municipal em 1898 mostrou que o município
contava com 5.730 habitantes, destes 4.141 eram brasileiros vindos de várias
partes do Brasil, principalmente do Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Nordeste,
e que 1.589 eram estrangeiros, 3.189 homens e 2.541 mulheres; 1.027 sabiam ler
e escrever e 4.803 eram analfabetos.
Neste
caso verificou-se a existência de 62 casas, das quais, 28 na rua Araújo Leite,
rua principal da povoação; 3 na praça Marechal Bittencourt, hoje com
denominação de Rui Barbosa; 4 na Ezequiel Ramos; 4 na rua Municipal, hoje Saint
Martin; e 23 na rua Fortaleza, que muito foi conhecida pelo nome de rua dos
cachorros, atualmente rua Antônio Alves.
Este
crescimento acelerou-se nos anos seguintes, e um dos fatores que mais
contribuiu para que isto acontecesse foi a existência no município da maior
lavoura cafeeira do Brasil com 4 milhões de pés, naquela época.
Vieram
para Bauru, pessoas com uma formação profissional definida que se estabeleceram
na cidade contribuindo para o crescimento, projeção social e do bem estar da
população, como a abertura da 1a farmácia no Distrito de Bauru em
1895 pelo prático Adolpho de Oliveira Campos, que conseguiu licença do Serviço
Sanitário do Estado em 11 de março de 1895,
concedida pelo farmacêutico João Rodrigues de Souza responsável pelo Serviço
Sanitário.
Logo
depois, no início do século XX o cel. Gerson França abriu o 2o
estabelecimento deste gênero com o nome de “Pharmacia Popular” localizada na
esquina das ruas Presidente Kennedy e Araújo Leite.
Para
que houvesse uma comunicação com outras localidades foi inaugurada e começou a
funcionar a 1a agência de correio, no Distrito de Paz, em 1894. Esta
era de 4a classe subordinada à agência de Jaú.
As
correspondências eram expedidas em todos os dias pares e nos impares eram
recebidas.
Dois
dias eram necessários para que as correspondências chegassem a capital do
Estado, primeiramente eram remetidas à Jaú e de lá pela Cia. Paulista de
Jundiaí e desta pela antiga São Paulo Railway, de propriedade inglesa, hoje a
Estrada de Ferro Santos a Jundiaí.
No
dia 31 de outubro de 1899 o diretor geral dos Correios determinou a criação da
agência de Bom Jardim, hoje 1a estação depois de Agudos, vindo a
depender o recebimento e a expedição das malas postais de e para o município de
Bauru.
Era
responsável pelo transporte das malas postais o estafeta Domiciano Silva, um
empregado que viera de Minas com Azarias Leite.
O
patrimônio de Bauru em 1888 reclamava da necessidade de uma pessoa encarregada
pelo serviço de urbanização, delineamento das ruas, alinhamento das casas e
outros similares.
Para
este serviço foi nomeado, em 17 de abril, pelo presidente da Câmara de Lençóis,
Faustino Ribeiro da Silva, o arruador Vicente Ferreira de Faria.
No
ano anterior, pela mesma Câmara, foram nomeados, inspetores de caminhos, cuja
função era a de manter abertas e cuidadas as estradas que serviam a região ou
ainda abertura de novos se necessários.
Para
este trabalho foram nomeados: Domingos Luiz dos Santos e João Alves Ferreira
para o quarteirão de Bauru; Policarpo de Paula Ribeiro para o de Batalha;
Vicente de Castro Pereira para o de São Vicente; José Faustino de Araújo para o
de Água Parada; Antônio José Prestes para o de Soturna e Francisco Antônio
Prudente e Henrique Ribeiro da Silva para o campo Novo de Bauru.
No
dia 2 de março de 1908 foi instalada em Bauru a Coletoria Estadual, para
facilitar os contribuintes, inclusive de Agudos.
O
primeiro coletor foi o capitão Carlos Augusto de Araújo, que mais tarde foi
substituído por Octaviano Pinto Ribeiro.
Neste
mesmo ano foi nomeado o coletor Federal, o capitão João Affonso de Carvalho que
foi substituído por Hermínio Pinto, o qual por motivo de seu falecimento, foi
substituído pela viúva Leonilda Pinto.
Este
dois últimos foram os pais de Casimiro Pinto Neto, o inventor do sanduíche
Bauru.
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