domingo, 15 de janeiro de 2012

O exercício da advocacia em Bauru 3ª Parte



Profª Marcia Regina Nava Sobreira


Terminamos hoje o relato das atividades desenvolvidas pelo rábula Domiciano Silva, o qual tem o seu nome perpetuado na história da cidade, através de denominação de uma rua da Vila Fructuoso Dias. Atuou em uma época, em que os coronéis do café eram os que ditavam as leis e a habilidade do homem defensor da justiça tinha que ser redobrada. Eis o fim da reportagem: em 1906 fundou “O Bauru” cujo primeiro número saiu em 19 de dezembro o de parceria com Leôncio Silveira, hoje diretor do jornal “O Andradina”, da cidade do mesmo nome. De 1914 a 1919 foi gerente do “Diário de Santos” e, voltando a Bauru, onde exercera a advocacia antes do advento da comarca, foi redator-chefe do “Correio de Bauru”, também extinto. Nos últimos anos dedicou-se a advocacia, na comarca de Santo Anastácio e de Presidente Wenceslau e desta última veio há meses para Bauru aqui permanecendo até agora, para expirar na terra a que serviu com dedicação e grande carinho ao tempo em que ela mais carecia do esforço e da inteligência dos que nela se fixaram e lançaram as bases do seu engrandecimento.
Ao traçarmos rapidamente, estas novas biografias de Domiciano Silva, não pode deixar de ser registrada a coincidência de que sua última colaboração na imprensa local foi uma ligeira nota de aplauso ao movimento que os estudantes do Centro Pedro II realizaram há coisa de dois meses em favor de Jorge de Castro também jornalista, e que apenas a quatro dias o precedeu na partida para o além. Sem terem tido um contato longo que os aproximasse no campo da afeição, mas tendo ambos exercido o jornalismo, prendia-os a afinidade de um grande amor à Bauru, a que ambos serviram com entusiasmos em épocas – diferentes da vida citadina.
- Domiciano Silva era casado com dona Adelina Ferreira da Silva, tendo desse consórcio, celebrado em Espírito Santo da Fortaleza, duas filhas: Maria de Lourdes, falecida, e dona Aurora Silva Chrispim, esposa do Sr. Leoni Chrispim, funcionário da E.F. Noroeste. Deixa quatro netos: Luis, Luisa, Lígia, e Lea. Deixa ainda uma irmã, d. Francisca Leontina de Carvalho Brasil, viúva do coronel Ernesto Leoni Brasil, e dois sobrinhos: o dr. Tito Lívio Brasil, advogado, residente em São Paulo, antigo redator do “O Bauru”, e do “Diário de Santos”, e João Afonso de Carvalho, ex-coletor nesta cidade. Eram seus cunhados os srs. Manoel Galdino Ferreira, Francisco Alves Ferreira, e d. Rosalina Ferreira Chrispim, viúva do Sr. Joaquim Chrispim Alves Ferreira, que foi intendente em Fortaleza e presidente da Câmara Municipal de Bauru.
Logo que teve conhecimento do passamento do seu velho antecessor do cargo, o Sr. Ernesto Monte, prefeito municipal, recomendou que o expediente das repartições da municipalidade fosse encerrado as 16h30 e mandou convidar todos os funcionários para o funeral, solicitando à família enlutada permissão para que o mesmo fosse custeado pela Prefeitura.
O saimento fúnebre deu-se às 17 horas, fazendo a encomendação do corpo, na Matriz, o rev. Vigário Padre João. Entre os que acompanhavam o féretro viam-se o prefeito Ernesto Monte, altos funcionários municipais, amigos do extinto e da família, e antigos moradores de Bauru. Ao descer o corpo à sepultura, o dr. Octávio Pinheiro Brisolla, que também já foi prefeito deste município, proferiu sentidas palavras de despedida que constituíram merecidas homenagens ao morto, pelo muito que fez por esta cidade, à qual sempre o ligaram os mais fortes laços de afeição”.

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