Profª Marcia Regina Nava
Sobreira
Gabriel Ruiz Pelegrina
Percebe-se o interesse gradativo de
pessoas que passam a estudar a História de Bauru. Professores têm escolhido
temas sobre Bauru para a elaboração de seus trabalhos de mestrado ou doutorado.
Desta forma, voltou-se a atenção para algumas questões que estavam pendentes
com relação ao conhecimento público, como a expressão “Custos Vigilat”, a que
já nos referimos e, agora, o significado e origem do vocábulo Bauru.
Foram
muitos os estudiosos sobre o assunto, levantando-se as mais diferentes versões
sobre o significado do vocábulo, pois sobre a origem todos concordam vir do
vocábulo indígena tupy-guarany.
Quanto
ao significado, adotado há muitos anos como sendo “Cesto de frutas ou flores”,
acreditamos ser o mais coerente.
Consultando
dois dos grandes estudiosos, Theodoro Sampaio, que foi incumbido pelo Serviço
Geográfico e Geológico do Estado de explorar o Paranapanema, isto em 1887, na
publicação “O Tupi na Geografia Nacional” editado pela Câmara Municipal do
Salvador, 1955, na página 180 consta Bauru, corr. ybá-urú, o cesto de frutas S. Paulo; ainda na p. 303 está ybá, c. yb-á, o que se colhe da árvore,
o fruto e na p. 299 Urú, s., nome
commum das galinnáceas no tupi. É a ave conhecida. (Odonthophorus dentatus). Designa também um certo tecido de folhas
de palma. O outro estudioso é Francisco da Silveira Bueno no livro “Vocábulo Tupi-Guarani
Português.” São Paulo, 1983, consta na p. 61 – Bauru – s. De ybá-urú, o
cesto de frutas. Cidade de s. Paulo. Na mesma página consta Baú – s. Nome genérico de vermes comestíveis das plantas; e na p.
327 ybá – Fruta, pé de fruta, árvore
frutífera; e p. 315 – Urú – s. Ave
galiforme da família dos fasianídeos (Odonthophorus
capueira) de carne muito apreciada; ainda está Uru – s. Cesto feito com folhas de carnaúba, dotado de alças.
A
título de curiosidade citamos algumas outras versões talvez já de conhecimento
geral.
Conta-se
que Sebastião Pereira, em companhia de amigos, familiares e mesmo alguns
índios, descia, margeando o atual rio Bauru, em direção ao Tietê. Um dos
indígenas que o acompanhavam avistou um uru, ave rasteira, empoleirado numa
árvore, e teria gritado:
-
Ba-uru! Isto é uru na árvore. (Ba-árvore) (uru-ave rasteira).
Sebastião
Pereira, achando muita graça na exclamação, passou a chamar a região pelo nome
Bauru.
Outra
versão é o que o nome da cidade teria surgido da palavra indígena “u-pau”:
lagoa; ‘uru”: escura. Lagoa escura, e que se referia à lagoa que existia
outrora em propriedade de Francisco Ministro Zani e que se situava no início da
rua Araújo Leite.
Tenório
de Albuquerque acreditava que a palavra Bauru surgiu de “upau-r-y”, isto é, rio
dos banhados.
Segundo
dr. João Mendes de Almeida, estudioso do assunto, a palavra derivou de
“inbai-yu-ru”, que significa no linguajar indígena “dependurado, com garganta e
redemoinhos”.
O
historiador J. David Jorge, defendia que Bauru veio de “ipaú”, lago ou lagoa, e
“u”, água corrente ou rio.
Os
índios que habitavam esta região também eram chamados de “bauruz” no século XIX
e início do século XX. Daí o nome da cidade.
No
dicionário da Língua Portuguesa de autoria de Eduardo Faria consta “Baurus” ou
“bauré”: rio do Brasil. Atravessa parte da província
de Mato Grosso, corre do Sul para o Norte.
Há
muitos anos o advogado e jornalista bauruense Alcides Silva, autor do livro
intitulado “Roteiro Histórico: uma cidade e uma instituição”, escreveu um
artigo sobre o vocábulo Bauru, no qual, relata a existência de um rio na África
com este nome, presumindo que teria sido trazido pelos escravos para a região.[...]
(Publicado no Jornal da Cidade em
18/8/1991,p. 36)
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