segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O exercício da advocacia em Bauru 4ª Parte



Profª Marcia Regina Nava Sobreira


Outro destacado rábula que teve intensa participação nos meios sociais e jurídicos foi João Maringoni, filho de Júlio Maringoni, natural de Safianello, província de Brescia, Itália. Júlio era caso com Rosa Moroni. Veio para o Brasil em 1887, fixando residência em Campinas onde, a 30 de outubro de 1891, nasceu João Maringoni. Em 1903 a família Maringoni transferiu-se para Bauru.
Júlio Maringoni, trabalhou na E.F. Noroeste do Brasil, exercendo a atividade de artífice. Foi diretor da Sociedade Italiana Dante Alighieri. Em Bauru existem em sua homenagem uma rua com seu nome, na Vila Fructuoso Dias, e o “Edifício Júlio Maringoni”.
A exemplo do pai, João Maringoni foi bastante atuante. Após ser alfabetizado na cidade de Campinas, construiu sua vida a partir do esforço próprio. Em Bauru começou a trabalhar na antiga E.F. Noroeste do Brasil; muito jovem, exercendo diversas atividades a saber: mensageiro, telegrafista, agente, secretário, ajudante da Chefia da Contabilidade, presidente da Caixa de Aposentadoria da NOB. Aposentou-se no cargo de Oficial Administrativo letra M. Formou-se na escola da vida, adquirindo grandes conhecimentos jurídicos, que o fez um dos melhores advogados de Bauru. Após sua aposentadoria continuou a oferecer os seus serviços à ferrovia como assistente jurídico.
Como advogado, desde moço destacou-se pela eloqüência nas tribunas dos júris, sendo bastante elogiado pelos seus colegas. Defendia a qualquer pessoa, independente de classe social.
Foi presidente do Rotary Clube do Aeroclube de Bauru por mais de uma vez.
Sempre esteve preocupado com as questões sociais ligadas a Bauru, nas quais muitas se envolveu pessoalmente sempre com o sentimento de fazer justiça.
João Maringoni era casado com Maria Vilaça, de cujo matrimônio nasceram três filhos: Rosita, Murillo, engenheiro, casado com Marina Martins da Silva e Nélson, advogado, com Dagmar Camareiro. Eram seus irmãos Ângelo, casado com Hilda Loureiro, e Ernestina Maringoni da Graça Leite, casada com João de Deus da Graça Leite.
O seu falecimento ocorreu na madrugada do dia 1o de fevereiro de 1956, vítima de uma insuficiência cardíaca.
Residiu na avenida Rodrigues Alves n. 6-36 onde foi velado. Foi sepultado no Cemitério Municipal da Saudade.
À beira do túmulo vários representantes de entidades bauruenses fizeram uso da palavra para enaltecer a figura do ilustre morto, entre eles: Tolentino Miraglia, em nome da colônia italiana; dr. Faria Bastos, pela secção local da Ordem dos Advogados; prof. Benedito Moreira Pinto, pelo Rotary Clube; Sérvio Túlio Coube, pela Associação Comercial; José Gomes de Araújo, em nome do funcionalismo da Noroeste, e o rev. Gutemberg de Campos.
João Maringoni tem o seu nome perpetuado através da Escola da Rede Estadual de Ensino inaugurada em 1983.

Um comentário:

  1. Importante registrar que o advogado JOÃO MARINGONI era um exímio orador. Foi ele quem discursou à beira da sepultura do poeta RODRIGUES DE ABREU, no longínquo 1.927, enaltecendo a vida e a obra literária do ilustre capivariano e bauruense por adoção. Existe um foto desse momento histórico publicada há muitos anos no jornal da cidade de Bauru, numa inserção do memorialista Gabriel Ruiz Pelegrina.

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